terça-feira, 26 de julho de 2011

Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho

Há 39 anos, o ministro do Trabalho, Júlio Barata, criava o serviço obrigatório de Segurança e Medicina do Trabalho para empresas com mais de 100 funcionários, com o objetivo de melhorar as condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho, fazendo do Brasil o primeiro país a tomar esta atitude.

Por isso, no dia 27 de julho, celebra-se o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. Na instituição, a Segurança do Trabalho assume papel de destaque e é sinônimo de qualidade e de bem-estar para os trabalhadores.

Financeiramente, também é vantajosa: treinamento e infra-estrutura de segurança exigem investimentos, mas por outro lado evitam gastos com processos, indenizações e tratamentos de saúde em casos que poderiam ter sido evitados.

Neste dia 27 de julho, parabenizo todos os colaboradores que contribuem para melhoria contínua das condições de trabalho na sua instituição.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Enfermeiro na avaliação da Gasometria Arterial

GASOMETRIA ARTERIAL

RESUMO


Ao analisar um exame laboratorial a beira do leito de um paciente em estado crítico, o enfermeiro deve estar concentrado nas correlações clínicas que aquele resultado traduz. 

Baseado sempre no valor de referência, estabelecido por cada laboratório, pode-se definir se determinado resultado está ou não alterado, estabelecendo sempre a correlação do valor com a condição clínica do paciente.

Este resumo tem como objetivo principal, mostrar ao enfermeiro a importância de saber os principais resultados laboratoriais afim de elaborar um plano de cuidados baseado em dados clínicos significativos.

A gasometria arterial consiste na análise dos gases arteriais, na leitura do ph e das pressões parciais de oxigênio (PaO2) e dióxido de carbono (PaCO2).

pH: Mede a concentração de íons de hidrogênio no sangue demonstrando se ele está demasiadamente alcalino ou ácido. pH diminuído: acidose, pH elevado: alcalose.

PaO2: Avalia a capacidade de oxigenação do sangue nos pulmões.

PaCO2: Reflete a adequação da ventilação pelos pulmões.

Saturação de oxigênio (SaO2): É a quantidade de oxigênio que o sangue é capaz de transportar.
Bicarbonato (HCO3-): Mede a concentração do íon bicarbonato no sangue, sendo regulada pelos rins.

Excesso de base (BE): Representa o excesso ou o déficit de bases, permitindo avaliar a gravidade do distúrbio metabólico. O excesso de bases é encontrado nas alcaloses e o déficit nas acidoses.

Conteúdo de oxigênio (CTO2): Mede a quantidade efetiva de O2 no sangue. Não é muito usado na gasometria arterial.

O primeiro parâmetro a ser avaliado na gasometria é o Ph. Pois independente dos demais parâmetros, o pH determina se o paciente está em acidose ou alcalose.

QUADRO I: VALORES DE REFERÊNCIA NORMAIS

EXAMES
VALORES NORMAIS
pH      
7,35 a 7,45
PaCO2
35 a 45 mmhg
PaO2
80 a 100 mmhg
HCO3
22 a 26 mEq/L
SaO2
94% a 100%
CTO2
15% a 23%
Base
- 2,3 mEq/L (Déficit) a + 2,3 mEq/L (excesso)
CO2 total
24 a 31 mmhg
O2 total
15 a 22% de volume


Os distúrbios ácido-base que podem ocorrer são:

  • Acidose metabólica e respiratória.
  • Alcalose metabólica e respiratória.

Na avaliação respiratória pH e PaCO2 é inversamente proporcional: logo se o pH estiver diminuído a PaCO2 vai estar aumentada. E se o pH estiver aumentado a PaCO2 vai estar diminuída.

Na avaliação metabólica pH e HCO3- é proporcional: logo se o pH estiver diminuído o HCO3 vai estar diminuído e se o pH estiver aumentado o HCO3- também vai estar aumentado.

QUADRO II: EXEMPLO DE LEITURA

SITUAÇÃO
Situação
pH
HCO3
PaCO2
CAUSAS FREQUENTES
Acidose
Metabólica
Aguda


Crônica
Diminuído


Normal
Diminuído


Diminuído
Normal


Diminuída
Cetoacidose diabética, hipóxia, acidose lática (sépse por Gram-negativos), insuficiência renal, PCR e uso abusivo de aspirina.
Acidose
Respiratória
Aguda



Crônica
Diminuído



Normal
Normal



Aumentado
Aumentada



Aumentada
DPOC, IR, uso de anestésicos, intoxicação por barbitúricos, paralisia dos músculos respiratórios, choque e lesos do SNC.
Alcalose
Metabólica
Aguda

Crônica
Aumentado

Normal
Aumentado

Aumentado
Normal

Aumentada
Vômitos, outras causas de perda de ácido clorídrico e uso abusivo de diuréticos.
Alcalose
Respiratória
Aguda


Crônica
Aumentado


Normal
Normal


Diminuído
Diminuída


Diminuída
Dor aguda e intensa, ansiedade, hiperventilação, estimulação não pulmonar do centro respiratório e uso de drogas.

Condutas e cuidados de enfermagem

  • Monitorar os sinais vitais;
  • Observar se há sinais de distúrbios circulatórios;
  • Anotar no pedido do exame as seguintes informações: ar ambiente ou quantidade de O2 e o método de administração (cateter nasal, máscara facial, TOT etc.);
  • Anotar o local da punção da coleta da amostra.

Na acidose respiratória aguda:
  • Instituir ventilação adequada com respirador artificial;
  • Corrigir uma possível acidose metabólica com NaHCO3.

Na acidose respiratória crônica:
  • Reduzir a PaCO2 e instaurar uma pressão alveolar adequada;
  • Aumentar a oferta de O2.

Na alcalose respiratória:
  • Aumentar o tempo expiratório para que haja uma leve retenção de CO2.
  • Administrar agentes sedativos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

LIMA, Orcélia Pereira Sales Carvalho. Leitura e interpretação de exames em enfermagem. 3ª edição. Goiânia: Editora AB, 2008.

POR

CUNHA, Amarildo de Souza. Graduado em enfermagem pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga/MG. Julho de 2011.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Assistência de Enfermagem na Prevenção da Ulcera de Pressão

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PREVENÇÃO DA ÚLCERA DE PRESSÃO

Importância do problema

         As alterações da integridade da pele resultam em lesões denominadas úlceras de pressão, escaras ou úlceras de decúbito, têm sido relatadas como sendo objeto de preocupação da enfermagem desde o seu início com Florence Nightingale, porém o problema continua sendo bastante comum em pacientes cuidados nos hospitais e domicílios.

Algumas lesões são decorrentes de fatores inerentes à doença e ao estado do paciente de alto risco, portanto essas lesões podem ser evitardas através do uso de equipamentos e materiais adequados para alívio da pressão, cuidados adequados com a pele e considerações com os aspectos nutricionais.

A presença da úlcera de pressão tem sido considerada um indicador de qualidade dos serviços de saúde na América do Norte e Europa e esforços têm sido feitos para o estabelecimento de diretrizes que norteiem a prática visando à redução do problema.
      
Metas gerais

·         Identificar indivíduos em risco que necessitem prevenção e os fatores específicos que os colocam em risco.

·         Manter e melhorar a tolerância dos tecidos à pressão para prevenir a lesão.

·         Proteger contra os efeitos adversos das forças mecânicas externas (pressão, fricção, cisalhamento).

·         Reduzir a incidência de úlcera de pressão através de programas educacionais.

Definição e Classificação

Úlcera de pressão: É conhecida também como escara ou úlcera de decúbito é definida como qualquer lesão causada por pressão não aliviada que resulta em danos nos tecidos subjacentes (tecido subcutâneo, músculo, articulações, ossos).

Classificação: A úlcera é classificada do grau I ao IV em referência a profundidade de comprometimento tecidual e não a gravidade da lesão.

Estágios ou Graus da Ulcera de Pressão

Grau 1: É um eritema da pele intacta que não embranquece após a remoção da pressão. Em indivíduos com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema ou o endurecimento também podem ser indicadores de danos.

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Grau 2: É uma perda parcial da pele envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A úlcera é superficial e apresenta-se como uma abrasão, uma bolha ou uma cratera rasa.

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Grau 3: É uma perda da pele na sua espessura total, envolvendo danos ou uma necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar, não chegando até a fáscia muscular. A úlcera se apresenta clinicamente como uma cratera profunda.

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Grau 4: É uma perda da pele na sua total espessura com uma extensa destruição ou necrose dos músculos, ossos ou estruturas de suporte como tendões ou cápsulas das juntas.

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Avaliação do paciente em risco para Úlcera de Pressão

Objetivos: Identificar indivíduos em risco que necessitam de prevenção e os fatores específicos que estão colocando-os em risco.

Todos os indivíduos em risco devem ter uma inspeção sistemática da pele pelo menos uma vez por dia prestando-se atenção particular às regiões de proeminência ósseas. Os resultados da inspeção da pele devem ser documentados no prontuário.

Fatores que podem desencadear a ulcera de pressão
  • Indivíduos com predisposição para adquirir úlcera de pressão como, pacientes idosos, acamados, desnutridos, edemaciados, com incontinência urinária, com diarréia, inconsciente.
  •  Procedimentos cirúrgicos com duração de 4 horas ou mais.
  • Vários diagnósticos como, paralisia, lesão de medula espinhal, câncer, problemas ortopédicos, doença vascular, doença neurológica, diabetes.
Pontos mais sensíveis para o surgimento de úlceras, que merecem cuidadosa inspeção em pacientes acamados

Região escapular, sacra, trocantérica, occipital, cotovelos, calcâneos, maléolo lateral e medial.
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Fonte: Guia para prevenção de Úlcera de Pressão ou Escara
Assistência de Enfermagem
Cuidados com a pele e tratamento inicial para prevenção
Objetivo: Manter e melhorar a tolerância dos tecidos à pressão em ordem de prevenir a lesão ou o seu agravamento.
1.       Inspecione a pele pelo menos uma vez diariamente e documente as observações;

2.       A pele deverá ser limpa no momento que se sujar ou em intervalos de rotina.

3.       Diminuir os fatores ambientais que levam ao ressecamento da pele como: umidade baixa e exposição ao frio.

4.       A pele seca deve ser tratada com cremes hidratantes.

5.       Minimizar a exposição da pele à umidade devido a incontinência urinária, perspiração ou drenagem de feridas.

6.       A fricção e força de cisalhamento devem ser minimizadas através de um posicionamento adequado.

7.       Realizar aplicação de óleos (dersani) e hidrocolóides para proteção das proeminências ósseas.

8.       Use um posicionamento apropriado, técnicas corretas de movimentação e transferência de forma a minimizar a lesão da pele devido à fricção e forças de cisalhamento;

9.       Solicitar reabilitação fisioterápica para melhorar a mobilidade do indivíduo.

Uso de superfícies de suporte e alívio da carga mecânica
 
Objetivo: Proteger contra os efeitos adversos de forças mecânicas externas como pressão, fricção e cisalhamento.
 
1. Realizar mudança de decúbito reposicionado pelo menos a cada duas horas.
2. Usar travesseiros ou almofadas de espuma para manter as proeminências ósseas (como os joelhos ou calcanhares) longe de contato direto um com o outro ou com a superfície da cama.
3. Manter os calcanhares elevados da superfície da cama.
4. Mantenha a cabeceira da cama num grau máximo de 30º.
5. Use um colchão que redistribua o peso corporal e reduza a pressão como colchão de espuma, ar estático, ar dinâmico, gel ou água.
Veja na ilustração abaixo relacionada ao alívio da carga mecânica:
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Fonte: Guia para prevenção de Úlcera de Pressão ou Escara


Avaliação da Ferida
Por que é feita a avaliação da ferida?
·         Para descrever de forma objetiva o que está sendo visto

·         Para desenvolver um plano de cuidados com estratégias de tratamento.

·         Para monitorar a eficácia das estratégias de tratamento e acompanhar a evolução.

·         Para haver documentação.
O que avaliar?
·         Tamanho (largura e comprimento) em centímetros.

·         Profundidade em centímetros.

·         Presença de túneis, fístulas – medir em centímetros.

·         Presença de descolamentos, lojas – medir a profundidade e extensão e documentar a localização usando a posição dos ponteiros do relógio como referência.

·         Localização

·         Drenagem (exsudato) – cor, odor, quantidade.

·         Presença de tecido necrótico.
·         Evidência de infecção.

Observação: Os riscos de um paciente ter   úlcera de pressão deve ser  avaliados periodicamente e o deve ser modificado  de acordo com o nível de risco. A freqüência da avaliação vai depender do estado do paciente e das rotinas da instituição.
Referências
  • BRUNER, SUDDARTH Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica, Volume. 1, 7ª edição. Rio de Janeiro: 1994, p.201.
  • BORGES, E.L & CHIANCA, T. Tratamento e cicatrização de feridas Parte I. Revista Nursing, fevereiro de 2000 nº 3 p.24-29.
  • POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem. 4ª edição. volume 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
  • RANGEL, Elaine Maria L. et. al. Prática de graduandos de enfermagem referentes a prevenção e tratamento de úlcera de pressão. Revista Latino Americana de Enfermagem - Ribeirão Preto - vol. 7 - n. 2 - p. 89-90 - abril 1999.
·         http://www.abcdasaude.com.br – Acessado em 04/04/2011.

·         http://www.google.com.br – Acessado em 04/07/2011.

·         http://www.praticahospitalar.com.br – Acessado em 04/07/2011.


Autor: CUNHA, Amarildo de Souza – Graduado em Enfermagem pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga/MG.