terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dia do Portador de Marcapasso - 23 de Setembro de 2014

                             IMPLANTE DE MARCAPASSO DEFINITIVO            
- O que é o marcapasso?
O marcapasso é um dispositivo eletrônico idealizado para corrigir determinadas doenças do coração, que reduzem a frequência dos batimentos cardíacos e produzem sintomas incapacitantes. O marcapasso artificial substitui o sistema elétrico natural do coração que, em condições normais, trabalha com cadência e frequência adequadas e responde de acordo com as necessidades do corpo humano.

- Como funciona o marcapasso?
O marcapasso é composto por um gerador (circuito eletrônico e uma bateria) e eletrodos, que são fios metálicos revestidos por uma fina camada de silicone. Conectados ao gerador, conduzem a eletricidade para o coração.
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Gerador de marcapasso

- Quando o marcapasso é utilizado?
O marcapasso é utilizado para aumentar a frequência cardíaca nas doenças que reduzem as propriedades elétricas do coração, também denominadas bradicardias ou bloqueios. Nos casos em que o problema é a frequência alta ou taquicardia, utiliza-se outro dispositivo, denominado cardiodesfibrilador implantável, que pode solucionar essa anormalidade.

- Como funciona o coração normal?
O coração tem a função de bombear o sangue para todos os órgãos e tecidos do corpo humano. Recebe o sangue que vem dos pulmões, onde vai buscar oxigênio, e daí o bombeia para o corpo todo. Isso acontece desde a vida intrauterina até a morte.
O coração possui quatro cavidades ou câmaras: dois átrios e dois ventrículos. O sangue que vem do corpo com baixa quantidade de oxigênio chega ao átrio direito e, através da valva tricúspide, passa para o ventrículo direito, que o bombeia para os pulmões através da artéria pulmonar. Nos pulmões, o sangue é oxigenado e retorna ao coração pelas veias pulmonares até o átrio e ventrículos esquerdos, que possuem pressão muito elevada e bombeiam o sangue para todo o organismo.
O sistema de condução elétrico do coração funciona com cadência, sincronismo e frequências que oscilam de acordo com as exigências do organismo. Um coração normal bate entre 60 a 100 vezes por minuto, 100 mil vezes por dia. Dependendo da exigência, o coração bate mais rápido ou mais lento. Por exemplo, durante um esforço físico acentuado e emoções fortes, pode bater até a 180 vezes por minuto; durante o sono, a frequência pode cair para 40 batimentos por minuto, e esses extremos são considerados normais em um atleta.

- O que é nó sinusal e nó atrioventricular?
O nó sinusal é o marcapasso natural do coração. É uma estrutura localizada na parte alta do átrio direito, formada por células especializadas que produzem sinais elétricos que precedem a contração do coração. O nó atrioventricular é outra estrutura cardíaca muito importante, localizada na junção entre o átrio e o ventrículo. Ele mantém o impulso durante milissegundos antes de passá-lo ao ventrículo e isso resulta em um sincronismo em que o átrio bate primeiro e em seguida o ventrículo bombeia o sangue proveniente do átrio.

- O que é um bloqueio atrioventricular?
É um bloqueio que se instala no nó ou junção atrioventricular. A condução dos sinais elétricos procedentes do nó sinusal sofre uma interrupção nesse local e não consegue passar para os ventrículos. O bloqueio pode ser parcial ou total. Para assegurar as funções vitais do organismo, outros centros elétricos do coração geram um ritmo auxiliar, que é muito lento. O implante de um marcapasso artificial soluciona essa situação.

- O que é insuficiência cardíaca?
Doenças que produzem comprometimento do músculo cardíaco (miocárdio) e das valvas ou causam isquemia aumentam o tamanho do coração e comprometem sua função. Nessas situações, surgem sintomas incapacitantes como falta de ar, cansaço fácil, dor no peito e tonturas, e sinais como palidez, pressão arterial baixa, cianose (coloração arroxeada das extremidades) e edema (inchaço) nas pernas e no abdome. O tratamento é feito com medicamentos, desobstrução das artérias coronárias, cirurgias para corrigir defeitos congênitos e adquiridos e implante de marcapasso ressincronizador que soluciona muitos desses transtornos.

- Como funciona o coração do paciente que necessita de marcapasso?
O paciente que necessita de marcapasso tem um coração lento, a chamada bradicardia. Batendo devagar, pode produzir sintomas como tonturas, vertigens, desmaios, cansaço, falta de ar e edema. Se o médico utilizar o marcapasso para que o coração volte a bater com frequência normal, haverá redução ou até mesmo desaparecimento dos sintomas.

- O que é arritmia cardíaca e quais os tipos existentes?
Arritmia é um ritmo cardíaco anormal, que pode ser irregular, acelerado ou lento. O ritmo irregular pode ser causado por numerosas arritmias, algumas benignas e outras malignas. A bradicardia significa ritmo lento e muitas vezes é provocada por bloqueios cardíacos, situações em que não há bombeamento adequado de sangue para o corpo. Taquicardia significa ritmo acelerado e, se a frequência for muito alta, o coração não encherá completamente e não haverá oxigênio suficiente para o corpo, o que pode provocar tonturas, desmaios, pressão arterial baixa e até parada cardíaca. A taquicardia mais perigosa é a fibrilação ventricular, em que o coração não bate, apenas treme, bombeando pouquíssimo sangue para o corpo. O paciente perde rapidamente a consciência e pode falecer. Para tratar a fibrilação ventricular, os médicos utilizam a desfibrilação, um choque forte no peito que provoca o retorno do coração ao ritmo normal. O choque pode ser proveniente de um aparelho desfibrilador com pás externas ou de um cardiodesfibrilador implantável (CDI), que é implantado no corpo por meio uma pequena cirurgia.

- Quais são as causas das arritmias?
Muitas condições e substâncias afetam o ritmo cardíaco, tais como isquemia cardíaca resultante da obstrução das coronárias, stress, processos degenerativos provocados por envelhecimento, diabetes, hipertensão, doenças pulmonares crônicas, doenças da tireoide, doenças renais, alterações de eletrólitos (sódio, potássio, cálcio e magnésio), processos inflamatórios e infecciosos, como a doença de Chagas e as viroses, doenças cardíacas congênitas e transtornos da gravidez. O ritmo cardíaco também pode ser alterado por medicamentos como antibióticos e antialérgicos e substâncias como álcool, cafeína, venenos etc.
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- Como é o procedimento para colocar o marcapasso?
No mundo, milhões de pacientes já foram operados para receber um marcapasso. Atualmente, a cirurgia é considerada simples, de rotina, dura pouco mais de uma hora e o paciente pode ir para casa no mesmo dia ou no dia seguinte.
Quando avaliado pelo médico especialista, que indica a cirurgia, as etapas do procedimento são explicadas detalhadamente ao paciente, que pode alimentar-se até algumas horas antes do procedimento.
Após a limpeza rigorosa da região peitoral do lado esquerdo ou direito, o local abaixo da clavícula recebe anestesia local e é feita uma pequena incisão. Em seguida, o eletrodo do marcapasso é cuidadosamente introduzido por uma veia até o coração. O médico monitora o posicionamento correto do eletrodo no coração por meio de um sistema de raios X. Depois de testar a posição e o funcionamento do eletrodo, ele é conectado ao marcapasso, que é implantado em uma pequena “bolsa” sob da pele. Para finalizar, o médico fecha o local da incisão.
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Procedimento de implante de marcapasso realizado na sala de hemodinâmica.

- Como é o pós-operatório da cirurgia de marcapasso?
O paciente recupera-se em pouco tempo após o procedimento de implante. Os sintomas de tonturas e falta de ar costumam desaparecer imediatamente após a cirurgia. Pode haver dor ligeira no local do implante, mas esse desconforto em geral diminui rapidamente e em pouco tempo o paciente não sentirá mais nada.
Entretanto, o médico responsável pelo tratamento deverá ser consultado em caso da incisão cirúrgica ficar vermelha ou esquentar, inchar ou escorrer líquido e se o paciente apresentar febre, tontura, dores no peito, cansaço ou fraqueza importante. Nos primeiros dias após a intervenção, movimentos amplos com o braço do lado do marcapasso devem ser evitados.
Logo após o implante, haverá a primeira avaliação e o médico verificará a atividade cardíaca, as funções e os parâmetros do marcapasso. A programação será ajustada às necessidades individuais de cada paciente, o que é muito simples, pois o médico utiliza um aparelho externo denominado programador para a essa avaliação. Na maioria dos casos, o paciente nem percebe que o aparelho foi reprogramado.
A partir desse momento, o médico marcará acompanhamentos em intervalos regulares, geralmente a cada seis meses. Nesses exames, avalia-se detalhadamente o funcionamento do marcapasso e o estado da bateria.

- Onde o paciente fica após a cirurgia?
O paciente retorna ao leito, no quarto ou na UTI, e pode receber alta no dia seguinte.

- Quando o paciente que implanta um marcapasso pode retomar sua vida normal?
O tempo de recuperação difere entre as pessoas, mas a maioria dos pacientes poderá retomar suas atividades diárias habituais 30 dias após o implante.

- Depois da alta, o paciente pode levar uma vida normal? Há alguma restrição?
Normalmente, o paciente pode retomar o seu estilo de vida habitual poucos dias após o implante. Após 30 dias, depois que a incisão estiver completamente cicatrizada, poderá realizar tarefas domésticas, trabalhos de jardinagem, viajar e dirigir. Também poderá tomar banho de chuveiro, fazer fisioterapia, ginástica e nadar. No primeiro mês após a cirurgia, na maioria dos casos, o paciente poderá exercer sua profissão, dedicar-se a seus hobbies habituais, realizar novamente suas atividades esportivas ou sexuais sem problemas. Se tiver dúvidas ou sentir desconforto, basta consultar o médico.

- Qualquer pessoa pode colocar um marcapasso?
- Sim, desde que a indicação seja feita por um cardiologista, confirmada por exames habituais e baseada nas diretrizes das sociedades de cardiologia e dos departamentos de estimulação cardíaca.

- Existem contraindicações para utilizar um marcapasso?
Não se conhecem contraindicações absolutas à utilização dos marcapassos. Mas não devem ser implantados em pacientes com infecção ou sem perspectivas de melhora de sua doença. A idade e o estado clínico do paciente determinam o melhor tipo de marcapasso.

- Quais os riscos associados ao implante do marcapasso?
Um número muito pequeno de pacientes pode apresentar complicações durante a cirurgia para implante do marcapasso, que incluem pneumotórax (entrada de ar nos pulmões provocada pela agulha de punção das veias), hematomas, deslocamentos dos eletrodos, lesões de artérias e infecções. Essas complicações são normalmente corrigidas pelo especialista.

- Que cuidados o paciente deve ter com o marcapasso?
O portador de marcapasso deve fazer o repouso adequado logo após a cirurgia e realizar os retornos regulares ao médico especialista em marcapassos, que fará as revisões e as programações, visando ao bem-estar do usuário.

- O portador de marcapasso pode levar uma vida normal?
Sim, desde que não existam situações limitantes provocadas pela gravidade da doença cardíaca de base, como insuficiência cardíaca congestiva e arritmias graves.

- Quais são os benefícios associados ao marcapasso?
O marcapasso melhora a capacidade do coração de bombear o sangue regularmente e no momento adequado. Alguns pacientes dependem totalmente do marcapasso para fazer o coração bater. Quase todos deixam de sentir sintomas como tonturas, vertigens, desmaios, falta de ar e cansaço e sentem-se mais dispostos e com mais energia para as atividades habituais. Muitos se sentem mais seguros, porque o marcapasso mantém o coração em constante atividade.

- Existem interferências de aparelhos elétricos sobre os marcapassos?
A maioria dos aparelhos elétricos e eletrônicos de uso cotidiano não produz nenhuma interferência sobre o marcapasso. A rigor, apenas a ressonância magnética e o colchão magnético devem ser evitados, mas já existem marcapassos muito modernos que podem ser programados para que esses dois aparelhos possam ser utilizados.
Os marcapassos atuais são amplamente protegidos contra a influência de aparelhos elétricos-eletrônicos. Porém, se o portador sentir algum sintoma, como aumento do batimento cardíaco, pulso irregular ou tontura, enquanto estiver próximo de um aparelho elétrico, deverá afastar-se imediatamente ou desligá-lo. Em caso de dúvida, o médico deverá ser avisado sobre o evento.
Os seguintes aparelhos podem ser utilizados sem restrição: telefone celular, televisores, rádios, fones de ouvido, gravadores, aparelhos de som, IphoneIpad ou equipamentos audiovisuais similares, telefones sem fio, secadores de cabelos, barbeador elétrico, controle remoto, máquina de lavar roupa, aspirador de pó, enceradeira, ferro de passar roupa, forno micro-ondas, lava-louças, computador, aparelho de fax, copiadora, impressora, aparelhos de uso dos dentistas, medidores de pulso e pressão arterial, todos os aparelhos de cozinha etc.
Outros aparelhos e equipamentos requerem consulta ao médico. Deve-se observar os avisos dos fabricantes naqueles cuja utilização por portadores de marcapassos pode sofrer restrições: máquinas que geram fortes vibrações (furadeiras), aparelhos elétricos com fortes campos magnéticos, linhas de alta tensão, estações transmissoras de rádio, televisão ou radar, sistemas de ignição elétrica não blindados, radioterapia, eletrocauterização, litotripisia e estimulação neural, como a eletroacunpuntura.

- Quais são os cuidados ao portador de marcapasso durante uma viagem?
De modo geral, as viagens não são problema para os portadores de marcapasso, sejam por via aérea, marítima, ferroviária ou de automóvel. Não há restrição às viagens de carro e, por segurança, deve-se sempre utilizar o cinto de segurança, pois o marcapasso não é danificado por ele. Em viagens de avião, recomenda-se informar o pessoal de segurança ou de solo no aeroporto e mostrar a carteira de portador de marcapasso. O paciente será detalhadamente informado por seu médico sobre como se comportar frente ao sistema magnético em controles de segurança (detector de metais), que não costuma provocar nenhuma interferência sobre o marcapasso.

- O portador de marcapasso pode passar por controles de segurança no aeroporto e dispositivos antifurto em lojas?
Sim, pois os marcapassos são blindados contra interferências eletromagnéticas. Nos aeroportos, bancos e lojas, o paciente deve avisar que é portador de marcapasso e mostrar seu cartão de identificação, visto que a parte metálica do dispositivo pode disparar o alarme.

- O portador de marcapasso pode utilizar o telefone celular?
Sim. O telefone celular pode ser utilizado, pois os marcapassos modernos possuem filtros e circuitos especiais que impedem interferências eletromagnéticas.

- Quanto tempo dura o marcapasso?
Os marcapassos atuais têm duração aproximada de 10 anos, em média. Entretanto, a duração da bateria depende de algumas condições, como o tipo de marcapasso, a doença, o quadro clínico do paciente e a frequência de estimulação.

- O que é feito quando a bateria desgasta-se?
Se o paciente é acompanhado regularmente por seu médico, este indicará a troca do gerador de forma profilática, antes do desgaste total da bateria. Por isso, todos os pacientes devem ser avaliados de forma regular.

- Com que frequência o médico deve ser consultado para revisão do marcapasso e acompanhamento clínico?
Via de regra, os exames são realizados a cada seis meses. O médico informará o paciente sobre sua próxima consulta de acompanhamento. As datas das consultas são anotadas no cartão do marcapasso. A consulta é o momento adequado para o paciente comunicar-se com o médico e esclarecer quaisquer questões sobre o aparelho.

- Como são as avaliações do marcapasso após o implante?
A consulta deve ser realizada em uma clínica especializada em marcapassos. Após a anamnese (história clínica) e o exame físico, o médico ligará os eletrodos do eletrocardiograma ao tórax do paciente. Em seguida, colocará o cabeçote do programador sobre o marcapasso. O programador é um computador que se comunica com o gerador e este, com os eletrodos inseridos no coração. Esse aparelho visualiza e imprime informações sobre o coração e o marcapasso, tais como energia da bateria, performance dos circuitos e dos eletrodos. Assim, o médico poderá adaptar e escolher o melhor modo de programação para cada paciente.
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Cabeçote de programação do marcapasso.

- O marcapasso pode falhar?
Sim, como todo aparelho eletrônico. Entretanto, essa possibilidade é extremamente rara e os médicos especialistas em marcapassos estão preparados para solucionar possíveis falhas.

- O que é monitoramento remoto do marcapasso?
É a utilização de um telefone móvel e um computador para enviar a uma central distante informações sobre as condições de funcionamento do marcapasso e sobre as arritmias detectadas pelo sistema. As informações são processadas, interpretadas e o médico é comunicado sobre a eventual necessidade de comparecimento do paciente à clínica de marcapassos para revisão e correção das anormalidades.

- Como e quando o marcapasso é substituído?
Quando o médico detecta que há desgaste do gerador, o marcapasso deve ser trocado. A remoção é feita através de uma pequena intervenção cirúrgica, com anestesia local. Eletrodos em bom estado são mantidos no coração e um novo marcapasso é conectado a eles. Normalmente, apenas uma breve internação hospitalar é necessária.

- O marcapasso precisa ser reprogramado após o implante?
Sim e os parâmetros ideais a serem escolhidos dependerão do quadro clínico e das necessidades de cada paciente. Correções também podem ser realizadas posteriormente, durante as visitas ambulatoriais.

- O paciente percebe o funcionamento do marcapasso?
Normalmente não. O marcapasso produz apenas uma corrente elétrica muito fraca, que atua exclusivamente no coração. Entretanto, o médico deverá ser informado caso seja observada qualquer anormalidade como, por exemplo, a estimulação dos músculos próximos ao implante ou soluços de difícil controle.

- O marcapasso pode manter uma pessoa viva artificialmente?
O coração funciona apenas quando é suficientemente suprido com sangue oxigenado e nutrientes. Em caso de morte, os pequenos pulsos elétricos que o marcapasso envia para o coração não são mais efetivos. Portanto, não é possível prolongar artificialmente a vida.

- O marcapasso pode causar reações alérgicas?
Normalmente não. Os fabricantes utilizam apenas materiais bem tolerados pelo organismo humano, tais como titânio, aço inoxidável e materiais plásticos testados quanto a biocompatibilidade.

- O paciente recebe estimulação suficiente pelo marcapasso quando a bateria fica mais fraca?
Sim. Entretanto, o médico verifica o estado da bateria em cada uma das avaliações regulares de acompanhamento. Se a bateria estiver ficando fraca, o marcapasso será substituído por outro antes do esgotamento total da energia.

- Quais são os sinais e os sintomas que o portador de marcapasso deve ficar atento e comunicar ao médico imediatamente?
- Se o paciente notar que o local do implante está quente, vermelho, inchado, dolorido e com secreções;
- Se apresentar falta de ar, cansaço e alterações da frequência cardíaca, principalmente abaixo de 60 pulsos por minuto;
- Se sentir os mesmos sintomas que sentia antes do implante, como desmaios, tonturas, vertigens, falta de ar, inchaço nas pernas e no abdome e
- Se perceber que os músculos que envolvem o marcapasso ou os do diafragma (entre o tórax e o abdome) estão sendo estimulados.

- Para que serve o cartão identificador do marcapasso?
O cartão identifica o portador de marcapasso, cardiodesfibrilador ou ressincronizador. Contém informações sobre o dispositivo implantado, o nome do médico, da instituição e os telefones de urgência. Também é útil quando o paciente tem de passar por sistemas detectores de metais em aeroportos, bancos e lojas.

- O marcapasso limita a vida normal dos pacientes?
Uma das razões para o implante de um marcapasso é a possibilidade de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Em casa, não terão quaisquer restrições de atividades. No trabalho, deverão ser orientados pelos médicos sobre as atividades que poderão desempenhar.

- O portador de marcapasso poderá praticar esportes e atividades de lazer?
O marcapasso não compromete a vida e o lazer dos pacientes que não apresentam limitações físicas e não possuem insuficiência cardíaca ou arritmias incapacitantes. Entretanto, é prudente evitar esportes de contato, como futebol e lutas marciais. Também deve ser evitado o esforço repetitivo da parte superior do corpo, como o levantamento de grandes pesos. Esportes leves, como natação, ginástica e hidroginástica, estão liberados. Antes de iniciar qualquer atividade física, é sempre bom consultar o médico.

- Quais são os modelos de marcapassos existentes?
Os primeiros geradores de marcapasso criados no final dos anos 1950 eram muito grandes, tinham o tamanho de uma lata de graxa para sapatos e a bateria durava menos de um ano. Hoje em dia, os geradores são muito pequenos e duram até 10 anos. Os dispositivos conseguem estimular até três câmaras do coração. Os mais simples estimulam apenas uma câmara, geralmente o ventrículo direito, e são denominados marcapassos de câmara única ou unicamerais. Os que estimulam duas câmaras são conhecidos como de dupla-câmara ou bicamerais e estimulam o átrio e o ventrículo direitos. Os de três câmaras são denominados ressicronizadores átrio-biventriculares ou marcapasso multissítio.
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Marcapasso de câmara única ou unicameral,
que estimula apenas um ponto do coração.
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Marcapasso de dupla-câmara, que estimula
dois pontos do coração: átrio e ventrículo.

- O que é um marcapasso ressincronizador?
Quando afetado por doenças, o músculo do coração (miocárdio) perde a capacidade de se contrair de forma adequada e provoca atrasos (descompasso) entre os ventrículos, fenômeno conhecido como dissincronia. Os aparelhos idealizados para solucionar essa alteração são denominados marcapassos ressincronizadores.

- O que é um marcapasso com sensor?
O sensor é um dispositivo que faz parte do circuito dos marcapassos modernos e tem como função aumentar a frequência cardíaca quando necessário, por exemplo, durante esforço físico ou emoções, mantendo assim a fisiologia do sistema cardiovascular. Quando o paciente para para descansar, o marcapasso diminui a frequência cardíaca.


Disponível em: <http://www.deca.org.br/Publica/SobreSeuCoracao_Marcapasso.aspx>. Acesso em 23 de setembro de 2014.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Assistência de Enfermagem no Setor de Emergência de um Pronto Atendimento

Assistência de Enfermagem no Setor de Emergência
de um Pronto Atendimento
 
Introdução

O Pronto Atendimento (PA) é proposto a promover serviços de urgência e emergência aos clientes em potenciais, dessa forma os profissionais da saúde, desta unidade, precisam atender às necessidades dos pacientes e aos objetivos da instituição; devem ser rápidos e imediatos em suas ações. A unidade de emergência é destinada a promover serviços em caráter de emergência e urgência com o objetivo de adiar a vida ou prevenir resultados críticos, devendo estes serem proporcionados de forma imediata a quem os necessita.

As emergências cardiológicas são a primeira causa de morte no mundo e, dentre elas temos: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), emergência hipertensiva, disritmia cardíaca, Insuficiência Cardíaca Congestiva Aguda, Tromboembolismo Pulmonar e Edema Agudo de Pulmão (EAP).

A equipe de enfermagem no PA deve estar preparada para, sem conhecimento prévio, atender as mais variadas situações de emergência, o que os difere das demais equipes de enfermagem de um hospital.

Entender melhor o público dos pacientes atendidos no PA é de fundamental importância para a equipe de enfermagem. É importante para eles conhecerem melhor a fisiopatologia dessas doenças, bem como os procedimentos para com os pacientes cardiopatas em estado emergencial. Desta forma os pacientes poderão receber as melhores práticas dos profissionais da equipe de enfermagem, bem como os tratamentos existentes para melhora do seu quadro clínico. (VIANA E FILHO, 2009).

Em um PA, inúmeras atividades são executadas pela equipe de enfermagem, a não existência de uma rotina na referida unidade, interrupções frequentes das atividades, o contato direto com o sofrimento e a morte, são fatores agravantes do trabalho da enfermagem, que posteriormente poderão desencadear transtornos mentais a estes profissionais.

Para WEHBE E GALVÃO (2008) em um PA, o enfermeiro precisa compreender o processo de liderança e desenvolver as habilidades necessárias como: a comunicação, o relacionamento interpessoal, tomada de decisão e competência clínica, e aplicá-las na sua prática profissional.

Recursos Materiais

Deve-se fazer uma avaliação adequada dos recursos materiais existentes na sala de emergência, verificando:
·      O estado de conservação e manutenção preventiva dos materiais e equipamentos.
·          A quantidade e qualidade dos materiais e equipamentos. Se estes são adequados ao número de pacientes atendidos na unidade.
·         Os equipamentos embarcados para transporte de pacientes em cuidados intensivos.
·         A existência e condições de uso de equipamentos para atendimento de urgência cardiorrespiratória.
·         A instalação de ar comprimido e de vácuo, e a existência de filtro e periodicidade de troca.

Serviços de Apoio

Um PA deve ter serviços de apoio, entre os principais podemos citar: Fisioterapia, Diagnóstico por imagem, Laboratório, Serviço social, Centro Cirúrgico, Unidade de Tratamento Intensivo e Unidade de Internação.

Especialidades Médicas

Um PA deve conter com especialidades médicas, entre as principais: Cirurgia geral, Pediatria, Neurologia, Ortopedia e Clínica Médica.

Sala de Emergência

A sala de emergência de um PA deve ter uma boa infra-estrutura, além de conter os materiais necessários para uma assistência eficaz e eficiente, tais como: monitores cardíacos; cardioversores; eletrocardiógrafos; leitos para repouso e observação clínica; materiais para pequenas cirurgias; materiais para reanimação cardiorrespiratória; rede de O2 canalizada ou cilindro de O2 próxima; medicamentos de urgência; aspirador Portátil; relógio de parede; balança antropométrica; bomba de Infusão; carro de Emergência, com lacre; ambu infantil e adulto; bomba de infusão; detector de batimentos cardíacos fetais; esfignomanômetro; estetoscópio; lanterna clínica; laringoscópio; maletas de vias aéreas; oxímetro de pulso portátil; ressuscitador manual; ventilador pulmonar; instrumentais cirúrgicos – Caixa Básica; materiais para sondagem nasogástrica ou vesical; materiais para acesso venoso periférico; biombo; escada com 02 Degraus; negatoscópio; pia de escovação; suporte de soro de chão; tábua para massagem cardíaca; suporte para cilindro de oxigênio; caixa de pérfuro-cortante, entre outros.

Carrinho de Emergência

A padronização dos carros de emergência é fator primordial em um serviço de emergência, objetivando homogeneizar o conteúdo e quantidade de material dos carrinhos nas diferentes unidades, retirando o desnecessário e acrescentando o indispensável, de forma a agilizar o atendimento de emergência e reduzir o desperdício. A quantidade de drogas e equipamentos deve ser estipulada conforme necessidade da área e rotina institucional. (GUIMARÃES, 2003)
  

Itens do Carrinho de Emergência Adulto – Guimarães (2003)

Avaliação e Diagnóstico

·         Monitor/desfibrilador com marcapasso externo, com monitorizacao nas pás, mininmo 3 derivacoes, onda bifásica;
·         Material de proteção (luvas, mascaras e óculos);
·         Oxímetro de pulso
·         Dextro
·         Gerador de marcapasso.

Controle das vias Aéreas

·         Cânula para traqueostomia (6,0 a 9,0)
·         Laringoscópio com lamina curva nº3 e 4,
·         Mascara de oxigênio com reservatorio
·         Cânula nasal tipo óculos
·         Umidificador
·         Controle das Nebulizador
·         Vias aéreas Extensão para nebulizador
·         Extensão de pvc para oxigênio
·         Cânula de aspiração flexível nº 12, 10,
·         Fixador de cânula orotrqueal
·         Sonda nasogastrica nº16, 18
·         Detector esofágico (ou outro dispositivo para confirmação secundaria)
·         Mascara laríngea adulta,
·         Via aérea alternativa (um ou mais dos seguintes itens: agulha para cricotireostomia, conjunto para traqueostomia percutanea).

Acesso Vascular e Controle Circulatório

·         Jelco nº 14, 16, 18, 20, 22,
·         Torneirinha
·         Conjunto de perfusão
·         Agulha de intracath (para tamponamento e pneumotórax hipertensivo)
·         SF 1000ml, Ringer Lactato 1000ml, SG 5% 500ml
·         Equipo macrogotas;
·         Equipo hemoderivados
·         Bureta /microgotas
·         Seringa 3ml, 5ml, 10ml e 20ml
·         Agulha 36x12 ou 36x10
·         Frasco a vácuo
·         Gaze;
·         Micropore

 Medicamentos


·         Água destilada 10ml, 250ml
·         Água destilada 500ml (para nitroglicerina)
·         Aspirina 300mg
·         Atropina 1mg
·         Adrenalina 1mg
·         Amiodarona
·         Medicamentos Lidocaina
·         Adenosina
·         B-bloqueador
·         Nitroglicerina
·         Nitroprussiato
·         Cloreto de cálcio
·         Gluconato de cálcio
·         Sulfato de magnésio
·         Procainamida
·         Bicarbonato de sódio
·         Glicose 50%
·         Furesemida
·         Broncodilatador
·         Aminofilina
·         Diempax
·         Dormonid/fentanil (sedação geral)
·         Morfina
·         Dobutamina
·         Dopamina
·         Noraepinefrina
·         Naloxone Diltiazem
·         Verapamil
·         Manitol
·         isoproterenol

O Enfermeiro e sua Equipe na Sala de Emergência

O enfermeiro desta unidade é responsável pela coordenação da equipe de enfermagem e é uma parte essencial e integrante da equipe de emergência. Frente ao paciente este é responsável pela anamnese e exame físico, executar o tratamento de enfermagem baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem, orientar aos pacientes como realizar a manutenção da saúde e a continuidade do tratamento. (WEHBE E GALVÃO, 2008).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) proporciona uma estrutura lógica para a resolutividade dos problemas nesse ambiente. Após a estabilização e avaliação do paciente, os diagnósticos de enfermagem (DE) apropriados são decretados, o tratamento inicial é estabelecido e são feitas as metas para a designação correta do paciente. As prescrições de enfermagem (PE) são realizadas de forma interdependente, sendo previstas com base no histórico do paciente. Por conseguinte, a evolução de enfermagem deve ser contínua, e os DE se modificam de acordo com a condição do paciente. Os pacientes podem ter vários diagnósticos, o foco se faz sobre aqueles com maior risco; com freqüência, são necessárias PE autônomas e interdependentes. (COFEN, 2009).

A enfermagem tem uma função extraordinária no processo de mudanças organizacionais e educacionais no ambiente hospitalar, assim, deve haver uma relação íntima entre cuidar e administrar. Diante de uma equipe multiprofissional na área da saúde o enfermeiro frente a é o melhor capacitado para essa função, pois sua formação é destacada à valorização das necessidades dos clientes, não só as biológicas, mas ainda as sociais e psicológicas. Além de que o seu papel de líder dar-lhe uma visão compreensiva do setor, que inclui recursos humanos e materiais, área física e fluxo de clientes (DOMICIANO e FONSECA, 2008).

Principais atividades assistências exercidas pelo enfermeiro, (WEHBE E GALVÃO, 2001).
·         Prestar o cuidado ao paciente juntamente com o médico;
·         Preparar e administrar medicamentos;
·         Viabiliza a execução de exames especiais procedendo a coleta;
·         Instala sondas nasogástricas, nasoenterais e vesicais em pacientes;
·         Realiza troca de traqueostomia e punção venosa com cateter;
·         Efetua curativos de maior complexidade;
·         Prepara instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução dos procedimentos diversos;
·         Realiza o controle dos sinais vitais;
·         Executa a evolução do pacientes e anota no prontuário (SAE).

Principais atividades administrativas efetuadas pelo enfermeiro, (WEHBE E GALVÃO, 2001):
·         Realiza a estatística dos atendimentos ocorridos na unidade;
·         Supervisiona a equipe de enfermagem
·         Soluciona problemas decorrentes com o atendimento médico ambulatorial;
·         Aloca pessoal e recursos materiais necessários.

Principais atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem. (WEHBE E GALVÃO, 2001):
·         Verifica os sinais vitais e anota a queixa atual do paciente;
·         Acomoda o paciente na sala de urgência, e instala o monitor cardíaco; oxímetro de pulso, oxigênio quando necessário;
·         Instala soroterapia, sonda vesical e sonda nasogástrica;
·         Realiza punção venosa periférica;
·         Fazer glicemia capilar dos pacientes;
·         Realizar coleta de amostras para exames laboratoriais;
·         Administra medicamentos via intramuscular e/ou via endovenosa;
·         Prepara o material e circula a sala de procedimento de sutura;
·         Prepara o material de punção subclávia e/ou dissecção de veia e auxilia a equipe médica;
·         Encaminha o paciente ao RX e exames complementares;
·         Auxiliar no atendimento de Parada Cardíaca e Respiratória;
·         Realiza a evolução e a anotação dos pacientes em observação.

Conclusões

O PA é uma unidade de saúde, onde os clientes procuram por um serviço com resolução imediata de suas manifestações clínicas, depositando na organização e nos profissionais que ali agem a expectativa para solução do seu problema. 

O profissional de enfermagem ao atuar em unidade crítica de saúde, como o PA deve demonstrar destreza, agilidade, habilidade, bem como, capacidade para estabelecer prioridades e intervir de forma consciente e segura no atendimento ao ser humano, não esquecendo que, mesmo na condição de emergência o cuidado é o elo de interação/integração/relação entre profissional e cliente.

A SAE proporciona uma estrutura lógica para a resolução dos problemas nesse ambiente. Tendo em vista que os pacientes de um PA possuem uma ampla variedade de manifestações reais ou potenciais, e suas condições podem se alterar constantemente.

Ao enfermeiro de um PA além da sua competência clínica, compete a função de realizar uma perfeita comunicação com a equipe multiprofissional e aos clientes, liderar a sua equipe e tomar decisões importantes na sua prática profissional.

Referências

BAGGIOL, Maria Aparecida; CALLEGAR, Giovana Dorneles Callegaro;  ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Compreendendo as dimensões de cuidado em uma unidade de emergência hospitalar. Revista Brasileira de  Enfermagem, Brasília 2009 maio-jun; 62((3): ): 381-6.

DOMICIANO, Vânia; FONSECA, Ariadne da Silva. Tempo Médio para Atendimentodo Cliente em um departamento de Emergência de um Hospital Privado: Revista Nursing. São Paulo; V. 119, n. 11, Abril, 2008, p. 182 – 188.

GUIMARÃES, Jorge Ilha. Diretriz de apoio ao suporte avançado de vida em cardiologia código azul – registro de ressuscitação – normatização do carro de emergência 2003. Disponível em: http:<//www.scielo.br/pdf/abc/v81s4/20229.pdf>  Acesso em: 03 de jun 2009.

Resolução COFEN 358, 2009. Disponível em < http://www.portalcoren-rs.gov.br/docs/Legislacoes/legislacao_7a3914c30c09bb242f08c9f36a776fdd.pdf> acesso em 19 set. 2014.

SMELTZER, Suzane C.; BARE, Brenda G..Brunner e Suddart, Tratado de
Enfermagem Médico-Cirurgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Vol 2.

VIANA, Priscila Pereira, FILHO, Paulo Leme dos Santos. Assistência de enfermagem no pronto socorro ao Paciente em emergência cardiológica: uma revisão da Literatura. Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC. Colatina, 2009.

WEHBE, Grasiela; GALVÃO, Cristina Maria. O enfermeiro de unidade de emergência de hospital privado: algumas considerações. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n2/11519.pdf> Acesso em: 19 set. 2014.


Enfº Amarildo Cunha

MBA em Gestão da Saúde e Administração Hospitalar