Introdução
É uma doença
cardiovascular, ou seja, afeta o sistema circulatório. É uma dilatação anormal
de um vaso sanguíneo, deixando-o maior que 50% do seu diâmetro normal. É
causado pelo enfraquecimento das paredes dos vasos, devido a trauma ou doença
vascular.
O local mais
frequente de acontecer o aneurisma é na principal artéria do corpo humano, a
artéria aorta. A aorta tem um longo trajeto pelo corpo, começando nas câmaras
cardíacas esquerda, descendo pelo tórax até passar pela cavidade abdominal,
quando recebe o nome de artéria aorta abdominal. E é neste seguimento que
encontramos na maioria das vezes os aneurismas. Da artéria aorta abdominal
nascem duas artérias renais, que descendo pelo seu trajeto principal segue
emitindo outros pequenos ramos, tornando-se as artérias ilíacas, direita e
esquerda. Pontos anatômicos que também pode ocorrer formação de aneurismas.
Sinais e Sintomas
Sua principal e mais
grave complicação é a ruptura, resultando em hemorragia, devido ao
extravasamento de sangue. Geralmente assintomático em 70% dos casos. Quando um aneurisma abdominal se expande, pode se
notar uma pulsação na porção intermediária ou inferior do estômago, dores na
lombar ou sensibilidade no peito, que devido ao seu crescimento, este comprime
órgãos e regiões adjacentes. Já os aneurismas de aorta torácica crescem
lentamente e quando manifestado os sintomas são dor no maxilar, pescoço, peito
e costas, tosse, rouquidão e dificuldade respiratória. Sintomas também devido a
compressão de estruturas adjacentes. Estatisticamente, 90% dos aneurismas são
abdominais.
Causas e Diagnóstico
As causas podem ocorrer por aterosclerose, e esta pode estar
ligada à hereditariedade, traumas, idade acima de 60 anos, tabagismo,
hipertensão, hipercolesterolemia. A
maioria dos aneurismas abdominais é identificado em meio a exames de rotina,
como: ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizadas e ultrassom da
região abdominal.
Tratamento
O
objetivo no tratamento de um aneurisma de aorta abdominal é evitar a sua
ruptura. Porém nem todo aneurisma tem indicação cirúrgica, e quando não se
tem, o tratamento é medicamentoso e através de mudanças no hábito de vida, como
parar de fumar, mudança na alimentação e práticas de atividade física.
Atualmente
o tratamento mais indicado e realizado em casos de aneurisma de aorta abdominal
é alcançado por meio de Endoprótese, esta é colocada dentro da área danificada
da aorta para separar o fluxo sanguíneo normal do aneurisma. É uma cirurgia
minimamente invasiva, sob visualização fluoroscópica, não tendo a necessidade
de abrir cirurgicamente a cavidade abdominal e a aorta.
A endoprótese é um tubo de tecido sintético (enxerto) suportado por
uma estrutura metálica (stent). O enxerto de stent ajuda a contornar a área da
aorta enfraquecida pelo aneurisma para impedir sua ruptura. Colocado e liberado
dentro da aorta no local do aneurisma através de punção da artéria femoral,
guiado por um sistema de entrega através de visualização fluoroscópica.
Esse tratamento tem a função de selar a artéria acima e abaixo da
área danificada, permitindo assim a passagem do fluxo sanguíneo sem pressionar
as paredes enfraquecidas pelo aneurisma. Os procedimentos geralmente são
realizados em salas de hemodinâmicas, por cirurgiões endovasculares, vasculares
e cardíacos.
Os benefícios do procedimento com a endoprótese são: diminuição do
tempo cirúrgico e do tempo de anestesia, menor perda sanguínea, diminuição do
risco de morbimortalidade, realização de mínimas incisões na região inguinal,
tempo reduzido de internação, gerando menores custos hospitalares e para as
operadoras de saúde e rapidez na recuperação.
Outro tipo de tratamento é a cirurgia aberta, com maiores
probabilidades de complicações. Consiste na eliminação do aneurisma com
substituição da aorta pela prótese (enxerto).
Assistência de
Enfermagem
O Processo de Enfermagem (PE) é o formato de alicerce científico,
estruturado pela Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) apontando a
assistência absoluta ao paciente, transcorrendo pelas etapas de investigação, diagnóstico,
planejamento dos resultados esperados, implementação da assistência de enfermagem
e a avaliação da assistência de enfermagem.
A prevenção é o melhor meio de tratamento, diante desta realidade
compete ao Enfermeiro e sua equipe da Atenção Primária orientar e combater
hábitos que favorecem doenças vasculares, dentre estas ações podemos citar:
combate ao tabagismo, incentivo e orientação a prática de atividades físicas,
orientação para uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes
e cereais, controle da pressão arterial e do colesterol.
Diante de um pré-operatório de aneurisma de aorta compete ao
Enfermeiro e sua equipe, orientar ao paciente e seus familiares, sobre o
procedimento, prover apoio emocional e psicológico, orientar para os cuidados
pós-operatório e seu processo de recuperação. Controlar a pressão arterial,
ofertar aporte ventilatório, controle da dor, orientar repouso absoluto no
leito, preparar a pele com banho a base de clorohexidina, degermante evitando a
proliferação de microorganismos, evitando futuramente complicações como
infecção. Garantir acesso venoso de grande calibre, orientar, controlar e
supervisionar o jejum do paciente, controle da ansiedade.
Sabe-se que o aneurisma de aorta abdominal pode prejudicar o fluxo
sanguíneo dos membros inferiores e diante deste evento, causa no paciente dor,
ausência de pulso, palidez do membro, parestesias e paralisia, evidenciando a
extrema importância e constante avaliação da perfusão tissular periférica dos
membros inferiores destes pacientes.
Em relação ao período intra-operatório cabe ao Enfermeiro da
Hemodinãmica ou Centro Cirúrgico providenciar sala, materiais descartáveis,
conferir se toda relação de Órtese, Prótese e Materiais Especiais (OPME –
Endoproteses) estão na unidade e se foram autorizados previamente pela
operadora de saúde, e todos os equipamentos que garantirão assistência adequada
a toda equipe multidisciplinar e ao paciente no momento cirúrgico.
Os cuidados pós-operatório requer avaliações minuciosas da equipe
de enfermagem, pois podem ocorrer isquemia renal devido baixo fluxo aórtico ou
pinçamento das artérias renais durante o procedimento, podendo evoluir para uma
transitória Insuficiência Renal Aguda, competindo ao Enfermeiro e sua equipe
controlar o balanço hídrico. A queda no débito urinário poderá indicar perda
sanguínea e queda na pressão arterial por choque hipovolêmico devido hemorragia,
com isso é necessária atenção para sinais de choque, dentre eles: bradicardia,
taquicardia, taquipnéia devido a diminuição do enchimento capilar dos membros
inferiores.
É de fundamental importância o controle de todos os Sinais Vitais
do paciente operado. O controle da pressão arterial e do débito cardíaco garantirá
verificar o sucesso da permeabilidade da Endoprótese implantada, bem como a
verificação de pulsos radial e carotídeo, principalmente quando se tratar de
correção de aneurisma de aorta ascendente e arco aórtico.
Também compete ao Enfermeiro e sua equipe orientar o paciente
operado a permanecer em repouso absoluto no leito por 24 horas do pós-operatório,
ficando este liberado, orientado e incentivado a deambular somente após este
período, que também vai depender da sua condição física e estabilidade
hemodinâmica.
Conclusões
O aneurisma vascular é uma das doenças cardiovasculares mais
comuns, afetando na maioria das vezes homens. Embora silencioso, pode ser
diagnosticado em exames de rotina ou através de sintomas em casos de aneurisma
avançado. Em caso de rupturas, pode levar o paciente ao óbito.
Diante de todos estes cuidados todos estes cuidados de enfermagem,
pode-se incluir a importância destes no pré, intra e pós-operatório de
aneurisma de vascular. Dessa forma é de extraordinária importância que o
enfermeiro prepare e institua um plano de cuidados individualizado para cada
paciente, empregando como principal instrumento, a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE).
Referências
SILVA, Tâmara Taynah Medeiros da; COSTA, Ilanne Caroline Santos; RAMOS,
Diego Vasconcelos; DANTAS, Rodrigo Assis Neves, BOTARELLI, Fabiane Rocha; DANTAS,
Daniele Vieira, RIBEIRO, Maria do Carmo de Oliveira, SILVA, Fillipi André dos
Santos. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A VÍTIMA
DE RUPTURA DE ANEURISMA AÓRTICO. Revista de Enfermagem UFPE on line.,
Recife, 12(5):1480-5, maio., 2018
TANNURE, Meire Chucre. PINHEIRO, Ana Maria. SAE: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: GUIA PRÁTICO.
2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
Enf. Amarildo Cunha
MBA em Gestão da Saúde e
Administração Hospitalar.
Executivo de Vendas de
Produtos Médicos Hospitalares