quarta-feira, 27 de abril de 2011

Diabetes Mellitus


O DIABETES

Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que 31,3% da população brasileira têm alguma doença crônica (doenças que se desenvolvem lentamente e tem longa duração). Estando esta entre as cinco mais freqüentes. O diabetes tem sido foco de muitos estudos na atualidade e um dos motivos é que este não escolhe uma idade certa para se manifestar.

A cada dia novos tratamentos surgem para cada tipo da doença, mas o que muitas pessoas necessitam é saber e entender como a doença funciona e como o corpo reage às alterações. A culpa nem sempre é do doce, dos bolos confeitados, do chocolate ou das balas, pois o nosso corpo também necessita de açúcar (glicose) para gerar energia. Mas é preciso bom senso e moderação, além de um acompanhamento com profissionais (especialistas) que indiquem o que está fora dos padrões.

Segundo o Drº Fadlo Fraige Filho, presidente da ANAD (Associação Nacional de Assistência ao Diabético) o paciente com diabetes precisa comparecer ao consultório médico a cada três meses em média, para que alguns exames sejam realizados, tornando o acompanhamento mais eficaz.

O que é o diabetes?

O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio causado pela falta absoluta ou parcial de insulina no organismo. Isso ocorre quando o pâncreas, órgão responsável pala produção dessa substância, não consegue suprir a demanda e as células não absorvem a glicose, que nada mais é do que o carboidrato que se transforma na maior fonte de energia para o nosso corpo. Devido essa deficiência do pâncreas, ocorre à falta de insulina no organismo, logo ocorre o aumento dos níveis da concentração de glicose na corrente sanguínea, que pode causar muitas complicações no funcionamento do nosso organismo, inclusive o Acidente Vascular Cerebral (AVC), o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), insuficiência renal, amputação de membros e déficits na visão.

O Diabetes é uma doença traiçoeira. É possível viver muito tempo com níveis elevados de açúcar no sangue sem nenhum sintoma. Mas quando os danos se instalam, são irreversíveis.

Existem três tipos de Diabetes: Diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, diabetes gestacional.

O diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruição das células beta do pâncreas, que são responsáveis pela produção de insulina. É uma espécie de doença autoimune que surge quando o organismo não produz, ou produz quantidade insuficiente, de insulina.

O diabetes tipo 2 é conhecido como resistência insulínica, pois se trata de uma deficiência na produção dessa substância, associada a uma menor ação nas células onde ela age. Quando isso acontece, a glicose não é  convertida em energia, aumentando sua concentração na corrente sanguínea, por isso a resistência a insulina é dependente de fatores genéticos, em especial da presença da obesidade. Em alguns casos ao longo dos anos essa resistência a insulina esgota e as células beta para de produzir insulina.

Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) cerca de 60% a 90% dos portadores do diabetes tipo 2 são obesos. O diretor da SBD e endocrinologista, Drº Antônio Carlos Lerario explica que existe uma relação direta entre o diabetes e o aumento de gorduras no sangue.  O triglicérides e o colesterol (gorduras sanguíneas) constituem fatores de risco circulatório, pois associam-se a doenças do coração e o diabetes contribui para piorar a condição de saúde do indivíduo. Por isso, diabéticos do tipo 2, que normalmente são obesos, não podem ingerir carboidratos em excesso.

O diabetes gestacional é a alteração das taxas de glicose na corrente sanguínea durante a gestação e normalmente desaparece após o parto. Esta acontece geralmente devido ao estresse durante a gestação. Importante ressaltar que o diabetes gestacional apresenta maior risco de abortamento e possível má formação fetal, mas não há comprovação que o diabetes vai automaticamente passar para o recém nascido.


Cuidados importantes

Um dos principais problemas que o diabetes pode causar ao organismo humano é a Neuropatia (danos aos nervos), esta causa desconforto, dor, alterações digestivas, perda de sensibilidade tátil, impotência sexual e alterações circulatórias.

Por isso cuidados com a saúde dos pés é essencial. Como os nervos são responsáveis pela sensibilidade e essa complicação acaba os lesando, os pacientes começam a não sentir dor quando machucam, e nem sentem a temperatura das superfícies, em alguns casos é difícil até manter o equilíbrio do corpo.

A perda de sensibilidade nos pés é um problema sério no diabetes. A pessoa se machuca e nem percebe, porque o excesso de açúcar no sangue ataca os nervos e prejudica a inervação. Se o machucado não dói, você não cuida dele. Demora a cicatrizar, infecciona. Os casos mais graves, o pé e às vezes até a perna precisam ser amputados.

Portanto o controle da glicemia, a prática de exercícios físicos e a ajuda de medicamentos (sempre com orientação de um profissional), a dor possa se tornar suportável e os diabéticos possam levar uma vida normal.


Cuidados com os pés focados na Neuropatia

·        Examine-os diariamente e verifique se não há rachaduras, bolhas, cortes ou vermelhidão.
·        Lave-os diariamente com sabão neutro e água morna.
·        Enxugue-os bem, principalmente entre os dedos.
·        Não os coloque de molho em água quente.
·        Corte as unhas, com tesoura limpa e em linha reta, de forma que não fiquem muito curtas.
·        Não tire cutículas ou os cantos da unhas.
·        Não corte calos ou verrugas.
·        Procure não andar descalço.
·        Use meias de algodão, sem costura e sem elástico.
·        Use sapatos confortáveis e macios (mulheres evitem salto alto).
·        Visite um podólogo mensalmente.

Controle o diabetes

Os diabéticos podem sim ter uma vida normal, basta manter os níveis glicêmicos controláveis, fazendo dieta balanceada, praticando exercícios físicos regularmente, e fazer o uso correto da insulina, quando esta fizer parte do tratamento.

Porém não basta praticar atividade física e comer de forma irregular, ou fazer dieta e não usar de forma correta a insulina, quando esta for indicada.

Tratamento do diabetes

Os medicamentos indicados para o diabetes tipo 2 têm como objetivo melhorar a ação da insulina ou estimular o pâncreas a produzir  mais essa substância. Podendo ser realizado com medicação oral ou insulina.

Já no diabetes tipo 1 a glicemia é sempre controlada com o uso da insulina, não sendo possível realizar o controle através do uso de medicamentos orais.

Ressalto que o Sistema de Saúde Pública oferece benefícios aos diabéticos, facilitando assim o tratamento e controle da doença. O SUS (Sistema Único de Saúde) fornece insulina, seringas, medicações orais, e fitas de glicemias. Sendo que essa distribuição acontece conforme o tratamento do paciente.

Além da distribuição de medicamentos e materiais utilizados para esse controle, os pacientes diabéticos tem apoio multiprofissional, além de realizar exames periodicamente de glicemia, de avaliação da função renal e controle da Hipertensão (considerada pressão arterial alta).

Estes profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas) oferecem suporte clínico, orientação dos procedimentos e avaliação do progresso do tratamento e controle da doença.

Referências

·        www.diabetes.org.br
·        www.anad.org.br
·        www.globo.com/fantastico

Por

·        CUNHA, Amarildo de Souza. Graduando em Enfermagem – 9º Período – Pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga – MG.

sábado, 23 de abril de 2011

PERCEPÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA IMPLEMENTAÇÃO E APLICAÇÃO DA SAE EM UM HOSPITAL NA REGIÃO DO VALE DO AÇO


Percepção do Técnico em Enfermagem na Implementação e Aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em um Hospital na Região do Vale do Aço. 

Artigo apresentado ao Curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Ipatinga - MG, como requisito do Estágio Supervisionado V. Sobre a orientação da Preceptora Neide Alves Drummond Batista. 

Acadêmicos: Amarildo de Souza Cunha, Carlos Antônio de Lima, Catiane do Carmo, Giovana  Alves Fialho, Letícia Baroni de Lima e Luciana Rodrigues Coutto.

 
1.           INTRODUÇÃO

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é a organização e execução do processo de Enfermagem (PE), com visão holística e é composta por etapas inter-relacionadas, segundo a Lei 7498 de 25/06/86 (Lei do Exercício Profissional). É a essência da prática da Enfermagem, instrumento e metodologia da profissão, e como tal, ajuda o enfermeiro a tomar decisões, prever e avaliar conseqüências. Vislumbra o aperfeiçoamento da capacidade de solucionar problemas, tomar decisões e maximizar oportunidades e recursos formando hábitos de pensamento. A SAE foi desenvolvida como método específico para aplicação da abordagem científica ou da solução de problemas na prática da enfermagem. Para a sua aplicação enfermeiras e enfermeiros precisam entender e aplicar conceitos e teorias apropriados das ciências da Saúde, incluídas aí a própria Enfermagem, as ciências Físicas, Biológicas, Comportamentais e Humanas, além de desenvolver uma visão holística do ser humano. Esse conjunto de conhecimentos proporciona justificativas para tomada de decisões, julgamentos, relacionamentos interpessoais e ações.

A incorporação da SAE no cenário da prática da enfermagem brasileira teve início em 1999 com a decisão do Conselho Regional de Enfermagem - COREN-SP/DIR/ 008/99, tornando obrigatória a sua implantação em todas as instituições públicas e privadas que oferecem serviço de enfermagem no âmbito do estado de São Paulo; posteriormente, em 2002, o Conselho Federal de Enfermagem, por meio da resolução do COFEN 272/2002, ampliou a exigência para todo território brasileiro, esta foi revogada pela resolução COFEN nº 358/2009, dispondo sobre a SAE e a implantação do PE em ambientes públicos ou privados.

Porém muitas são as dificuldades encontradas para a implantação do PE nos múltiplos ambientes onde o profissional de enfermagem atua. HERMIDA e ARAÚJO (2006), conclui em sua revisão literária que o trabalho em equipe é essencial nesse processo agregando valores aos instrumentos já existentes, além da garantia de algumas condições por parte da própria instituição, como por exemplo, o número de enfermeiros suficientes para essa prática.

No Brasil a equipe de enfermagem é constituída por profissionais de diferentes níveis educacionais e competências legais, mas, por vezes, não ficam evidentes e identificadas as atividades específicas de cada um deles. Muitas vezes o processo é realizado com os enfermeiros nas atividades burocrático-gerenciais enquanto os auxiliares e técnicos de enfermagem limitam-se a assistência ao cliente-paciente. Outro ponto a destacar é que os auxiliares e técnicos de enfermagem nem sempre entendem seu papel dentro do processo de enfermagem no contexto da operacionalização da metodologia da SAE (RAMOS; CARVALHO; CANINI, 2009).

2.           JUSTIFICATIVA

As dificuldades encontradas para a implantação da SAE devem ser assumidas por todos os profissionais da equipe de enfermagem envolvidos na prática deste processo, pois além de proporcionar maior qualidade à assistência, propicia maior eficiência, autonomia e cientificidade à profissão, na concepção dos enfermeiros, garantindo, dessa forma, maior valorização e reconhecimento enquanto um espaço de novas conquistas e uma mudança cultural no papel do enfermeiro (BACKES et al, 2005). BACKES (2005) também ressalta que a implantação da SAE é um processo lento, dinâmico e gradual e que deve superar a escola formal com possíveis quebras de paradigmas.

O ensino da metodologia da SAE é proporcionado aos graduandos de enfermagem; entretanto, por diversas razões, pouca ou nenhuma informação é dada durante a formação dos profissionais de nível médio (MENDES; BASTOS, 2003)

Desta forma, visando contribuir na reflexão sobre a inserção de auxiliares e técnicos de enfermagem nessa metodologia, a partir da percepção desses profissionais, desenvolveu-se este estudo.

3.           OBJETIVO

Subsidiar dados que possam favorecer a inclusão deste profissional dentro do processo e auxiliar na implantação participativa da SAE na referida instituição pesquisada, observando os seguintes aspectos: informação sobre o nível de esclarecimento da SAE; percepção de sua participação no processo de enfermagem dentro da equipe; identificar o auxilio da prescrição de enfermagem na assistência ao cliente-paciente; grau de interesse no funcionamento da SAE.

1.           REFERENCIAL TEÓRICO

A SAE tem como objetivo viabilizar as ações da equipe de enfermagem e promover a integralidade do cuidado prestado ao paciente. Por isso quanto a sua implementação todos os membros de sua equipe estão aptos a participar conforme a sua competência profissional. O estudo em um hospital universitário, realizado por enfermeiros no processo de implementação do diagnóstico de enfermagem, que é uma das etapas da SAE, revelou para os autores que os técnicos de enfermagem estavam insatisfeitos por não participar efetivamente no planejamento da assistência. (LIMA; KURCGANT, 2006).

De acordo com a resolução do COFEN 358/2009 é privativo ao enfermeiro: o diagnóstico de enfermagem bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem, enquanto que os Técnicos de Enfermagem participam da execução do Processo de Enfermagem. Porém apesar desse amparo legal, na prática do cuidado, o técnico de enfermagem, por sua vez colabora de forma limitada com sua implementação, sendo o seu envolvimento restrito à realização dos cuidados de enfermagem prescritos. Logo os técnicos de enfermagem não ampliam a visão do enfermeiro no planejamento das ações, pois não participam do seu processo de discussão. E em algumas circunstâncias os técnicos de enfermagem revelam pouco conhecimento acerca da SAE. (CRUZ; ALMEIDA, 2010).

Uma das finalidades da SAE é precisamente a interatividade e baseia-se nas relações recíproca da equipe de enfermagem, da equipe multiprofissional, da família e do paciente. No entanto é de fundamental importância estimular o técnico de enfermagem a contribuir e a participar do planejamento das ações de cuidado. Estes estão diretamente em contato com o paciente, observando e avaliando as alterações dos pacientes, contribuindo com informações e sugestões para o enfermeiro planejar as ações de cuidado, amplia e fortalece os pressupostos da SAE, colaborando com uma equipe mais crítica e reflexiva. (CRUZ; ALMEIDA, 2010).

Importante citar que na educação profissional a formação do Técnico de Enfermagem vem sofrendo transformações relativas de acordo com as novas concepções das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a educação profissional. As DCN passam a estabelecer como concepção orientadora o modelo de competências, procurando desenvolver no trabalhador capacidades diversas, como iniciativa, raciocínio, pensamento crítico e empreendedorismo, além de outras, permitindo-lhes desenvolver suas demandas profissionais, construindo sua rota profissional. (BRASIL, 1999).

A qualificação do trabalhador não é apenas a realização de tarefas definidas em relação a um posto de trabalho, mas sim como um conjunto de habilidades e competências, saberes e conhecimentos que da formação geral (conhecimento científico), da formação profissional (conhecimento técnico) e da experiência de trabalho e social (qualificação tácita). (DELUIZ, 2001).

2.           METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado em um hospital de médio porte, localizado no município de Coronel Fabriciano – Minas Gerais (MG), na região do Vale do Aço, durante o Estágio Supervisionado V, disciplina da grade curricular do Curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras do Campus Ipatinga – MG, o qual foi conduzido na perspectiva quantitativa, com abordagem descritiva, com o objetivo de investigar as percepções dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem da Instituição, frente à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e os aspetos legais de sua atuação nesse processo.

A amostra é composta de 51 Auxiliares/Técnicos de Enfermagem, o que representa aproximadamente 55% da população. Os sujeitos foram convidados a participarem da pesquisa em seus turnos de trabalho, após esclarecimento dos objetivos da investigação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Os participantes responderam a um questionário formulado pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo, com o intuito de avaliar o conhecimento teórico e científico associados a SAE, o qual é composto por quatro questões objetivas (APÊNDICE B).

Os dados foram coletados durante a segunda quinzena do mês de março de 2011, sem nenhum tipo de exclusão quanto à raça, sexo, cor, estado de saúde ou classe social. Foram considerados como critérios de inclusão: estar trabalhando nos dias da coleta de dados, pertencer às referidas unidades da instituição e concordar em participar da investigação.

Para realização dessa pesquisa, seguiu-se a Resolução do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) Nº. 196, de 1996, e nº. 251, de 1997, para pesquisas em seres humanos, do Ministério da Saúde. O estudo foi aprovado pela coordenadora do Departamento de Enfermagem da Instituição (APÊNDICE C). Participaram do estudo seis acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Ipatinga, estes cursando a disciplina Estágio Supervisionado V, com a orientação e apoio da preceptora do referido estágio.

3.           RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram da pesquisa 51 colaboradores, sendo um Auxiliar de Enfermagem, 43 Técnicos de Enfermagem e 7 graduandos ou que já possuem graduação de Enfermagem. 

Observamos que durante a aplicação dos primeiros questionários o estudo revelou, em sua primeira questão, a ocorrência de um grande percentual de profissionais que responderam não ter nenhum esclarecimento sobre a SAE. No entanto, percebeu-se que dos participantes questionados os que possuíam esclarecimento sobre a questão eram graduandos ou graduados de enfermagem, o que levou os pesquisadores a acrescentarem uma questão que pudesse, também, identificar a formação profissional dos pesquisados.

Vale ressaltar que a noção sobre a SAE observada na pesquisa, estabeleceu-se principalmente vinculada à prescrição de enfermagem e avaliação de resultados, sendo que as outras etapas não são identificadas.

Quanto ao conhecimento sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem 64,7% possuem pouco esclarecimento, 25,5% são esclarecidos - sendo que desta porcentagem a metade estão ou já são graduados em enfermagem -, enquanto que 9,8% não possuem qualquer esclarecimento sobre a SAE (Tabela 1).

Técnico e Auxiliares

Superior ou Cursando

Grau de conhecimento sobre a SAE

Grau de conhecimento sobre a SAE

Tenho pouco esclarecimento
32

Tenho pouco esclarecimento
1
64,7%
Esclarecido
7

Esclarecido
6
25,5%
Nenhum esclarecimento
5

Nenhum esclarecimento
0
9,8%
Tabela 1: Indica o grau de conhecimento sobre a SAE em valores absolutos, de acordo com o nível de formação profissional, bem como os valores totais em percentagens de ambos os níveis.


Quando questionados que para o sucesso da SAE, o trabalho em equipe é essencial, agrega valores aos instrumentos já existentes, devem ser assumidos por todos os profissionais envolvidos na prática deste processo e que tem como objetivo melhorar e organizar a assistência ao cliente-paciente, 11,8% responderam que o seu papel dentro de todo esse processo é de somente executar as prescrições de enfermagem; 74,11% consideram que a sua participação é executar e ajudar na avaliação dos resultados; 9,8% entendem que o seu papel é de planejar e desenvolver as tarefas diárias, enquanto que 3,9% não sabem qual o seu papel dentro de todo o processo de Sistematização da Assistência de Enfermagem (Tabela 2).

Técnicos e Auxiliares

Superior ou cursando

Papel do técnico na SAE

Papel do técnico na SAE

Somente executar as prescriçoes de enfermagem
6

Somente executar as prescriçoes de enfermagem
0
11,8%
Executar e ajudar na avaliação dos resultados
31

Executar e ajudar na avaliação dos resultados
7
74,5%
Planejar e desenvolver as tarefas diárias
5

Planejar e desenvolver as tarefas diárias
0
9,8%
Não sei
2

Não sei
0
3,9%
Tabela 2: Identifica os valores absolutos quanto ao conhecimento das funções do Técnico de Enfermagem na SAE, de acordo com o nível de formação profissional, bem como valores totais em percentagens de ambos os níveis.

O estudo revelou ainda que 72,5% dos sujeitos pesquisados acreditam que a Prescrição de Enfermagem auxilia na sua assistência e cuidados ao cliente-paciente contra 2% que não acreditam que a Prescrição de Enfermagem possa auxiliar nos cuidados aos pacientes; 25,5% acham que às vezes as prescrições podem ser de auxilio nos cuidados aos pacientes (Tabela 3).

Técnicos e Auxiliares

Superior ou cursando

A prescrição de enfermagem auxilia na assistência cuidados?

A prescrição de enfermagem auxilia na assistência e cuidados?

Sim
31

Sim
6
72,5%
Não
1

Não
0
2%
Às vezes
12

Às vezes
1
25,5%
Tabela 3: Indica, em valores absolutos, a acreditação da prescrição de enfermagem no auxílio à assistência e cuidados, de acordo com o nível de formação profissional, bem como valores totais em percentagens de ambos os níveis.

No que diz respeito ao interesse dos participantes em conhecer como funciona a SAE, a pesquisa revelou unanimidade positiva nas respostas dos sujeitos pesquisados.

4.           CONCLUSÃO

Quanto mais o profissional Auxiliar/Técnico de Enfermagem reflete acerca da sua participação dentro do seu contexto de trabalho e da realidade de sua contribuição dentro desse meio, mais torna capaz de desenvolver um ambiente de comprometimento permitindo um desenvolvimento em equipe e o seu próprio desenvolvimento e crescimento.

Assim sendo, o profissional para se sentir integrante da sua equipe de trabalho precisa antes de tudo, entender qual é o seu papel e valor dentro desta.

Os resultados deste estudo tornaram possível a conclusão de que o conhecimento dos auxiliares e técnicos de enfermagem sobre a SAE ainda é limitado, pois existem lacunas na sua formação inicial que pouco contribui para o conhecimento dessa metodologia. Os poucos profissionais que relataram conhecimento significativo sobre a SAE são aqueles graduandos ou graduados de Enfermagem.

A familiaridade dos auxiliares e técnicos de enfermagem com o PE ainda é mínimo, eles percebem ou sabem muito pouco sobre a sua contribuição. Isso explica que enquanto o entendimento da SAE e sua devida importância estiverem restritos à prática do Enfermeiro, é pouco provável que as outras categorias da equipe de enfermagem desempenhem sua parte na metodologia de maneira eficaz e sistematizada, contribuindo para a falta de reconhecimento e autonomia profissional.

Torna-se evidente a necessidade urgente da inclusão deste tema na grade curricular dos cursos técnicos de enfermagem, esclarecendo as atribuições e responsabilidades de cada membro da equipe de enfermagem e ainda sua importância na assistência do cliente.

Foi também observado que de forma unânime os indivíduos demonstraram interesse em saber mais sobre a SAE. Sugerimos que os enfermeiros da referida instituição se empenhem em promover discussões sistematizadas sobre a SAE com toda equipe de enfermagem, a fim de que todos os componentes da equipe possam sugerir melhorias para sua prática e compreender o impacto da metodologia nas ações de cuidado.

É fato que o enfermeiro é o responsável pela tomada de decisão quanto ao cuidado do cliente, mas não pode deixar de contar com a participação da equipe sob sua responsabilidade, a presença comprometida desse profissional aparece como um diferencial para implantação da SAE.   

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei nº 196, de 10 de outubro de 1996. Conselho Nacional de Saúde, Brasília, DF, 10 de outubro de 1996.

Conselho Regional de Enfermagem – COREN-SP/DIR. Decisão nº 008 de 1999. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE – nas instituições do Estado de São Paulo. São Paulo (Brasil). COREN-SP; 1999.

Resolução COFEN 272/2002: dispõe sobre a SAE nas instituições de saúde brasileiras. (Rio de Janeiro): COFEN, (2002).

Resolução COFEN 358/2009: dispõe sobre a SAE e a implentação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado de Enfermagem, e dá outras providências. (Brasília): COFEN, (2009).

HERMIDA, Patrícia Madalena Vieira; ARAÚJO, Izilda Esmênia Muglia. Sistematização da Assistência de Enfermagem: subsídios para implantação. Ver. Bras. Enfermagem, 2006, set-out; 59(5): 675-9.

BACKES, Dirce Stein; et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem: percepção dos enfermeiros de um hospital filantrópico. Acta. Sci. Health Sci. Maringá, v. 27, n. 1, p. 25-29, 2005.

RAMOS, Luciana Aparecida Ribeiro; CARVALHO, Emília Campos de; CANINI, Silvia R. M. da Silva. Opinião de auxiliares e técnicos de enfermagem sobre a sistematização da assistência de enfermagem. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009; 11(1): 39-44.

MENDES, M. A.; BASTOS, M. A. R. Processo de Enfermagem: seqüências no cuidar, fazem a diferença. Rev. Bras. Enfermagem, 2003; 56(3): 271-6.

CRUZ, Andréa de Mello Pereira da; ALMEIDA, Miriam de Abreu. Competências na formação de Técnicos de Enfermagem para implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Rev. Esc. Enfermagem USP, 2010; v 44, n 4.

BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 16/99. Dispões sobre as Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional de Nível Técnico. Brasília; 1999.

LIMA, Antônio Fernandes Costa; KURCGANT, Paulina. O processo de implementação do diagnóstico de enfermagem no Hospital Universitário de São Paulo. Rev. Esc. Enfermagem USP; 2006, v 40, n 1.

DELUIZ, Neise. Qualificação, competências e certificação: visão do mundo do trabalho. Brasília, 2001.