IMPLANTE
DE MARCAPASSO DEFINITIVO
O marcapasso é um dispositivo eletrônico idealizado para corrigir
determinadas doenças do coração, que reduzem a frequência dos batimentos
cardíacos e produzem sintomas incapacitantes. O marcapasso artificial substitui
o sistema elétrico natural do coração que, em condições normais, trabalha com
cadência e frequência adequadas e responde de acordo com as necessidades do
corpo humano.
- Como funciona o marcapasso?
O marcapasso é composto por um gerador (circuito eletrônico e uma
bateria) e eletrodos, que são fios metálicos revestidos por uma fina camada de
silicone. Conectados ao gerador, conduzem a eletricidade para o coração.
Gerador de marcapasso
- Quando o marcapasso é utilizado?
O marcapasso é utilizado para aumentar a frequência cardíaca nas doenças
que reduzem as propriedades elétricas do coração, também denominadas
bradicardias ou bloqueios. Nos casos em que o problema é a frequência alta ou taquicardia,
utiliza-se outro dispositivo, denominado cardiodesfibrilador implantável, que
pode solucionar essa anormalidade.
- Como funciona o coração normal?
O coração tem a função de bombear o sangue para todos os órgãos e
tecidos do corpo humano. Recebe o sangue que vem dos pulmões, onde vai buscar
oxigênio, e daí o bombeia para o corpo todo. Isso acontece desde a vida
intrauterina até a morte.
O coração possui quatro cavidades ou câmaras: dois átrios e dois
ventrículos. O sangue que vem do corpo com baixa quantidade de oxigênio chega
ao átrio direito e, através da valva tricúspide, passa para o ventrículo
direito, que o bombeia para os pulmões através da artéria pulmonar. Nos
pulmões, o sangue é oxigenado e retorna ao coração pelas veias pulmonares até o
átrio e ventrículos esquerdos, que possuem pressão muito elevada e bombeiam o
sangue para todo o organismo.
O sistema de condução elétrico do coração funciona com cadência,
sincronismo e frequências que oscilam de acordo com as exigências do organismo.
Um coração normal bate entre 60 a 100 vezes por minuto, 100 mil vezes por dia.
Dependendo da exigência, o coração bate mais rápido ou mais lento. Por exemplo,
durante um esforço físico acentuado e emoções fortes, pode bater até a 180
vezes por minuto; durante o sono, a frequência pode cair para 40 batimentos por
minuto, e esses extremos são considerados normais em um atleta.
- O que é nó sinusal e nó atrioventricular?
O nó sinusal é o marcapasso natural do coração. É uma estrutura
localizada na parte alta do átrio direito, formada por células especializadas
que produzem sinais elétricos que precedem a contração do coração. O nó
atrioventricular é outra estrutura cardíaca muito importante, localizada na
junção entre o átrio e o ventrículo. Ele mantém o impulso durante milissegundos
antes de passá-lo ao ventrículo e isso resulta em um sincronismo em que o átrio
bate primeiro e em seguida o ventrículo bombeia o sangue proveniente do átrio.
- O que é um bloqueio atrioventricular?
É um bloqueio que se instala no nó ou junção atrioventricular. A
condução dos sinais elétricos procedentes do nó sinusal sofre uma interrupção
nesse local e não consegue passar para os ventrículos. O bloqueio pode ser
parcial ou total. Para assegurar as funções vitais do organismo, outros centros
elétricos do coração geram um ritmo auxiliar, que é muito lento. O implante de
um marcapasso artificial soluciona essa situação.
- O que é insuficiência cardíaca?
Doenças que produzem comprometimento do músculo cardíaco (miocárdio) e
das valvas ou causam isquemia aumentam o tamanho do coração e comprometem sua
função. Nessas situações, surgem sintomas incapacitantes como falta de ar,
cansaço fácil, dor no peito e tonturas, e sinais como palidez, pressão arterial
baixa, cianose (coloração arroxeada das extremidades) e edema (inchaço) nas
pernas e no abdome. O tratamento é feito com medicamentos, desobstrução das
artérias coronárias, cirurgias para corrigir defeitos congênitos e adquiridos e
implante de marcapasso ressincronizador que soluciona muitos desses
transtornos.
- Como funciona o coração do paciente que necessita de marcapasso?
O paciente que necessita de marcapasso tem um coração lento, a chamada
bradicardia. Batendo devagar, pode produzir sintomas como tonturas, vertigens,
desmaios, cansaço, falta de ar e edema. Se o médico utilizar o marcapasso para
que o coração volte a bater com frequência normal, haverá redução ou até mesmo
desaparecimento dos sintomas.
- O que é arritmia cardíaca e quais os tipos existentes?
Arritmia é um ritmo cardíaco anormal, que pode ser irregular, acelerado
ou lento. O ritmo irregular pode ser causado por numerosas arritmias, algumas
benignas e outras malignas. A bradicardia significa ritmo lento e muitas vezes
é provocada por bloqueios cardíacos, situações em que não há bombeamento
adequado de sangue para o corpo. Taquicardia significa ritmo acelerado e, se a
frequência for muito alta, o coração não encherá completamente e não haverá
oxigênio suficiente para o corpo, o que pode provocar tonturas, desmaios, pressão
arterial baixa e até parada cardíaca. A taquicardia mais perigosa é a
fibrilação ventricular, em que o coração não bate, apenas treme, bombeando
pouquíssimo sangue para o corpo. O paciente perde rapidamente a consciência e
pode falecer. Para tratar a fibrilação ventricular, os médicos utilizam a
desfibrilação, um choque forte no peito que provoca o retorno do coração ao
ritmo normal. O choque pode ser proveniente de um aparelho desfibrilador com
pás externas ou de um cardiodesfibrilador implantável (CDI), que é implantado
no corpo por meio uma pequena cirurgia.
- Quais são as causas das arritmias?
Muitas condições e substâncias afetam o ritmo cardíaco, tais como
isquemia cardíaca resultante da obstrução das coronárias, stress, processos
degenerativos provocados por envelhecimento, diabetes, hipertensão, doenças
pulmonares crônicas, doenças da tireoide, doenças renais, alterações de
eletrólitos (sódio, potássio, cálcio e magnésio), processos inflamatórios e
infecciosos, como a doença de Chagas e as viroses, doenças cardíacas congênitas
e transtornos da gravidez. O ritmo cardíaco também pode ser alterado por
medicamentos como antibióticos e antialérgicos e substâncias como álcool,
cafeína, venenos etc.
- Como é o procedimento para colocar o marcapasso?
No mundo, milhões de pacientes já foram operados para receber um
marcapasso. Atualmente, a cirurgia é considerada simples, de rotina, dura pouco
mais de uma hora e o paciente pode ir para casa no mesmo dia ou no dia
seguinte.
Quando avaliado pelo médico especialista, que indica a cirurgia, as
etapas do procedimento são explicadas detalhadamente ao paciente, que pode
alimentar-se até algumas horas antes do procedimento.
Após a limpeza rigorosa da região peitoral do lado esquerdo ou direito,
o local abaixo da clavícula recebe anestesia local e é feita uma pequena
incisão. Em seguida, o eletrodo do marcapasso é cuidadosamente introduzido por
uma veia até o coração. O médico monitora o posicionamento correto do eletrodo
no coração por meio de um sistema de raios X. Depois de testar a posição e o
funcionamento do eletrodo, ele é conectado ao marcapasso, que é implantado em
uma pequena “bolsa” sob da pele. Para finalizar, o médico fecha o local da
incisão.
Procedimento de implante de marcapasso realizado na sala de hemodinâmica.
- Como é o pós-operatório da cirurgia de marcapasso?
O paciente recupera-se em pouco tempo após o procedimento de implante.
Os sintomas de tonturas e falta de ar costumam desaparecer imediatamente após a
cirurgia. Pode haver dor ligeira no local do implante, mas esse desconforto em
geral diminui rapidamente e em pouco tempo o paciente não sentirá mais nada.
Entretanto, o médico responsável pelo tratamento deverá ser consultado
em caso da incisão cirúrgica ficar vermelha ou esquentar, inchar ou escorrer
líquido e se o paciente apresentar febre, tontura, dores no peito, cansaço ou
fraqueza importante. Nos primeiros dias após a intervenção, movimentos amplos
com o braço do lado do marcapasso devem ser evitados.
Logo após o implante, haverá a primeira avaliação e o médico verificará
a atividade cardíaca, as funções e os parâmetros do marcapasso. A programação
será ajustada às necessidades individuais de cada paciente, o que é muito
simples, pois o médico utiliza um aparelho externo denominado programador para
a essa avaliação. Na maioria dos casos, o paciente nem percebe que o aparelho
foi reprogramado.
A partir desse momento, o médico marcará acompanhamentos em intervalos
regulares, geralmente a cada seis meses. Nesses exames, avalia-se
detalhadamente o funcionamento do marcapasso e o estado da bateria.
- Onde o paciente fica após a cirurgia?
O paciente retorna ao leito, no quarto ou na UTI, e pode receber alta no
dia seguinte.
- Quando o paciente que implanta um marcapasso pode retomar sua vida normal?
O tempo de recuperação difere entre as pessoas, mas a maioria dos
pacientes poderá retomar suas atividades diárias habituais 30 dias após o
implante.
- Depois da alta, o paciente pode levar uma vida normal? Há alguma restrição?
Normalmente, o paciente pode retomar o seu estilo de vida habitual
poucos dias após o implante. Após 30 dias, depois que a incisão estiver
completamente cicatrizada, poderá realizar tarefas domésticas, trabalhos de
jardinagem, viajar e dirigir. Também poderá tomar banho de chuveiro, fazer
fisioterapia, ginástica e nadar. No primeiro mês após a cirurgia, na maioria
dos casos, o paciente poderá exercer sua profissão, dedicar-se a seus hobbies
habituais, realizar novamente suas atividades esportivas ou sexuais sem
problemas. Se tiver dúvidas ou sentir desconforto, basta consultar o médico.
- Qualquer pessoa pode colocar um marcapasso?
- Sim, desde que a indicação seja feita por um cardiologista, confirmada
por exames habituais e baseada nas diretrizes das sociedades de cardiologia e
dos departamentos de estimulação cardíaca.
- Existem contraindicações para utilizar um marcapasso?
Não se conhecem contraindicações absolutas à utilização dos marcapassos.
Mas não devem ser implantados em pacientes com infecção ou sem perspectivas de
melhora de sua doença. A idade e o estado clínico do paciente determinam o
melhor tipo de marcapasso.
- Quais os riscos associados ao implante do marcapasso?
Um número muito pequeno de pacientes pode apresentar complicações
durante a cirurgia para implante do marcapasso, que incluem pneumotórax
(entrada de ar nos pulmões provocada pela agulha de punção das veias),
hematomas, deslocamentos dos eletrodos, lesões de artérias e infecções. Essas
complicações são normalmente corrigidas pelo especialista.
- Que cuidados o paciente deve ter com o marcapasso?
O portador de marcapasso deve fazer o repouso adequado logo após a
cirurgia e realizar os retornos regulares ao médico especialista em
marcapassos, que fará as revisões e as programações, visando ao bem-estar do
usuário.
- O portador de marcapasso pode levar uma vida normal?
Sim, desde que não existam situações limitantes provocadas pela
gravidade da doença cardíaca de base, como insuficiência cardíaca congestiva e
arritmias graves.
- Quais são os benefícios associados ao marcapasso?
O marcapasso melhora a capacidade do coração de bombear o sangue
regularmente e no momento adequado. Alguns pacientes dependem totalmente do
marcapasso para fazer o coração bater. Quase todos deixam de sentir sintomas
como tonturas, vertigens, desmaios, falta de ar e cansaço e sentem-se mais dispostos
e com mais energia para as atividades habituais. Muitos se sentem mais seguros,
porque o marcapasso mantém o coração em constante atividade.
- Existem interferências de aparelhos elétricos sobre os marcapassos?
A maioria dos aparelhos elétricos e eletrônicos de uso cotidiano não
produz nenhuma interferência sobre o marcapasso. A rigor, apenas a ressonância
magnética e o colchão magnético devem ser evitados, mas já existem marcapassos
muito modernos que podem ser programados para que esses dois aparelhos possam
ser utilizados.
Os marcapassos atuais são amplamente protegidos contra a influência de
aparelhos elétricos-eletrônicos. Porém, se o portador sentir algum sintoma,
como aumento do batimento cardíaco, pulso irregular ou tontura, enquanto
estiver próximo de um aparelho elétrico, deverá afastar-se imediatamente ou
desligá-lo. Em caso de dúvida, o médico deverá ser avisado sobre o evento.
Os seguintes aparelhos podem ser utilizados sem restrição:
telefone celular, televisores, rádios, fones de ouvido, gravadores, aparelhos
de som, Iphone, Ipad ou equipamentos audiovisuais
similares, telefones sem fio, secadores de cabelos, barbeador elétrico,
controle remoto, máquina de lavar roupa, aspirador de pó, enceradeira, ferro de
passar roupa, forno micro-ondas, lava-louças, computador, aparelho de fax,
copiadora, impressora, aparelhos de uso dos dentistas, medidores de pulso e
pressão arterial, todos os aparelhos de cozinha etc.
Outros aparelhos e equipamentos requerem consulta ao médico. Deve-se
observar os avisos dos fabricantes naqueles cuja utilização por portadores de
marcapassos pode sofrer restrições: máquinas que geram fortes vibrações
(furadeiras), aparelhos elétricos com fortes campos magnéticos, linhas de alta
tensão, estações transmissoras de rádio, televisão ou radar, sistemas de
ignição elétrica não blindados, radioterapia, eletrocauterização, litotripisia
e estimulação neural, como a eletroacunpuntura.
- Quais são os cuidados ao portador de marcapasso durante uma viagem?
De modo geral, as viagens não são problema para os portadores de
marcapasso, sejam por via aérea, marítima, ferroviária ou de automóvel. Não há
restrição às viagens de carro e, por segurança, deve-se sempre utilizar o cinto
de segurança, pois o marcapasso não é danificado por ele. Em viagens de avião,
recomenda-se informar o pessoal de segurança ou de solo no aeroporto e mostrar
a carteira de portador de marcapasso. O paciente será detalhadamente informado
por seu médico sobre como se comportar frente ao sistema magnético em controles
de segurança (detector de metais), que não costuma provocar nenhuma
interferência sobre o marcapasso.
- O portador de marcapasso pode passar por controles de segurança no aeroporto e dispositivos antifurto em lojas?
Sim, pois os marcapassos são blindados contra interferências
eletromagnéticas. Nos aeroportos, bancos e lojas, o paciente deve avisar que é
portador de marcapasso e mostrar seu cartão de identificação, visto que a parte
metálica do dispositivo pode disparar o alarme.
- O portador de marcapasso pode utilizar o telefone celular?
Sim. O telefone celular pode ser utilizado, pois os marcapassos modernos
possuem filtros e circuitos especiais que impedem interferências
eletromagnéticas.
- Quanto tempo dura o marcapasso?
Os marcapassos atuais têm duração aproximada de 10 anos, em média.
Entretanto, a duração da bateria depende de algumas condições, como o tipo de
marcapasso, a doença, o quadro clínico do paciente e a frequência de
estimulação.
- O que é feito quando a bateria desgasta-se?
Se o paciente é acompanhado regularmente por seu médico, este indicará a
troca do gerador de forma profilática, antes do desgaste total da bateria. Por
isso, todos os pacientes devem ser avaliados de forma regular.
- Com que frequência o médico deve ser consultado para revisão do marcapasso e acompanhamento clínico?
Via de regra, os exames são realizados a cada seis meses. O médico
informará o paciente sobre sua próxima consulta de acompanhamento. As datas das
consultas são anotadas no cartão do marcapasso. A consulta é o momento adequado
para o paciente comunicar-se com o médico e esclarecer quaisquer questões sobre
o aparelho.
- Como são as avaliações do marcapasso após o implante?
A consulta deve ser realizada em uma clínica especializada em
marcapassos. Após a anamnese (história clínica) e o exame físico, o médico
ligará os eletrodos do eletrocardiograma ao tórax do paciente. Em seguida,
colocará o cabeçote do programador sobre o marcapasso. O programador é um
computador que se comunica com o gerador e este, com os eletrodos inseridos no
coração. Esse aparelho visualiza e imprime informações sobre o coração e o
marcapasso, tais como energia da bateria, performance dos circuitos e dos
eletrodos. Assim, o médico poderá adaptar e escolher o melhor modo de
programação para cada paciente.
Cabeçote de programação do marcapasso.
- O marcapasso pode falhar?
Sim, como todo aparelho eletrônico. Entretanto, essa possibilidade é
extremamente rara e os médicos especialistas em marcapassos estão preparados
para solucionar possíveis falhas.
- O que é monitoramento remoto do marcapasso?
É a utilização de um telefone móvel e um computador para enviar a uma
central distante informações sobre as condições de funcionamento do marcapasso
e sobre as arritmias detectadas pelo sistema. As informações são processadas,
interpretadas e o médico é comunicado sobre a eventual necessidade de
comparecimento do paciente à clínica de marcapassos para revisão e correção das
anormalidades.
- Como e quando o marcapasso é substituído?
Quando o médico detecta que há desgaste do gerador, o marcapasso deve
ser trocado. A remoção é feita através de uma pequena intervenção cirúrgica,
com anestesia local. Eletrodos em bom estado são mantidos no coração e um novo
marcapasso é conectado a eles. Normalmente, apenas uma breve internação
hospitalar é necessária.
- O marcapasso precisa ser reprogramado após o implante?
Sim e os parâmetros ideais a serem escolhidos dependerão do quadro
clínico e das necessidades de cada paciente. Correções também podem ser
realizadas posteriormente, durante as visitas ambulatoriais.
- O paciente percebe o funcionamento do marcapasso?
Normalmente não. O marcapasso produz apenas uma corrente elétrica muito
fraca, que atua exclusivamente no coração. Entretanto, o médico deverá ser
informado caso seja observada qualquer anormalidade como, por exemplo, a
estimulação dos músculos próximos ao implante ou soluços de difícil controle.
- O marcapasso pode manter uma pessoa viva artificialmente?
O coração funciona apenas quando é suficientemente suprido com sangue
oxigenado e nutrientes. Em caso de morte, os pequenos pulsos elétricos que o
marcapasso envia para o coração não são mais efetivos. Portanto, não é possível
prolongar artificialmente a vida.
- O marcapasso pode causar reações alérgicas?
Normalmente não. Os fabricantes utilizam apenas materiais bem tolerados
pelo organismo humano, tais como titânio, aço inoxidável e materiais plásticos
testados quanto a biocompatibilidade.
- O paciente recebe estimulação suficiente pelo marcapasso quando a bateria fica mais fraca?
Sim. Entretanto, o médico verifica o estado da bateria em cada uma das
avaliações regulares de acompanhamento. Se a bateria estiver ficando fraca, o
marcapasso será substituído por outro antes do esgotamento total da energia.
- Quais são os sinais e os sintomas que o portador de marcapasso deve ficar atento e comunicar ao médico imediatamente?
- Se o paciente notar que o local do implante está quente, vermelho,
inchado, dolorido e com secreções;
- Se apresentar falta de ar, cansaço e alterações da frequência
cardíaca, principalmente abaixo de 60 pulsos por minuto;
- Se sentir os mesmos sintomas que sentia antes do implante, como
desmaios, tonturas, vertigens, falta de ar, inchaço nas pernas e no abdome e
- Se perceber que os músculos que envolvem o marcapasso ou os do
diafragma (entre o tórax e o abdome) estão sendo estimulados.
- Para que serve o cartão identificador do marcapasso?
O cartão identifica o portador de marcapasso, cardiodesfibrilador ou
ressincronizador. Contém informações sobre o dispositivo implantado, o nome do
médico, da instituição e os telefones de urgência. Também é útil quando o
paciente tem de passar por sistemas detectores de metais em aeroportos, bancos
e lojas.
- O marcapasso limita a vida normal dos pacientes?
Uma das razões para o implante de um marcapasso é a possibilidade de
melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Em casa, não terão quaisquer
restrições de atividades. No trabalho, deverão ser orientados pelos médicos
sobre as atividades que poderão desempenhar.
- O portador de marcapasso poderá praticar esportes e atividades de lazer?
O marcapasso não compromete a vida e o lazer dos pacientes que não
apresentam limitações físicas e não possuem insuficiência cardíaca ou arritmias
incapacitantes. Entretanto, é prudente evitar esportes de contato, como futebol
e lutas marciais. Também deve ser evitado o esforço repetitivo da parte
superior do corpo, como o levantamento de grandes pesos. Esportes leves, como
natação, ginástica e hidroginástica, estão liberados. Antes de iniciar qualquer
atividade física, é sempre bom consultar o médico.
- Quais são os modelos de marcapassos existentes?
Os primeiros geradores de marcapasso criados no final dos anos 1950 eram
muito grandes, tinham o tamanho de uma lata de graxa para sapatos e a bateria
durava menos de um ano. Hoje em dia, os geradores são muito pequenos e duram
até 10 anos. Os dispositivos conseguem estimular até três câmaras do coração.
Os mais simples estimulam apenas uma câmara, geralmente o ventrículo direito, e
são denominados marcapassos de câmara única ou unicamerais. Os que estimulam
duas câmaras são conhecidos como de dupla-câmara ou bicamerais e estimulam o
átrio e o ventrículo direitos. Os de três câmaras são denominados
ressicronizadores átrio-biventriculares ou marcapasso multissítio.
Marcapasso de câmara única ou unicameral, que estimula apenas um ponto do coração. |
Marcapasso de dupla-câmara, que estimula dois pontos do coração: átrio e ventrículo. |
- O que é um marcapasso ressincronizador?
Quando afetado por doenças, o músculo do coração (miocárdio) perde a
capacidade de se contrair de forma adequada e provoca atrasos (descompasso)
entre os ventrículos, fenômeno conhecido como dissincronia. Os aparelhos
idealizados para solucionar essa alteração são denominados marcapassos
ressincronizadores.
- O que é um marcapasso com sensor?
O sensor é um dispositivo que faz parte do circuito dos marcapassos
modernos e tem como função aumentar a frequência cardíaca quando necessário,
por exemplo, durante esforço físico ou emoções, mantendo assim a fisiologia do
sistema cardiovascular. Quando o paciente para para descansar, o marcapasso
diminui a frequência cardíaca.
Disponível
em: <http://www.deca.org.br/Publica/SobreSeuCoracao_Marcapasso.aspx>.
Acesso em 23 de setembro de 2014.