Assistência de
Enfermagem no Setor de Emergência
de um Pronto
Atendimento
Introdução
O Pronto Atendimento
(PA) é proposto a promover serviços de urgência e emergência aos clientes em
potenciais, dessa forma os profissionais da saúde, desta unidade, precisam
atender às necessidades dos pacientes e aos objetivos da instituição; devem ser
rápidos e imediatos em suas ações. A unidade de emergência é destinada a
promover serviços em caráter de emergência e urgência com o objetivo de adiar a
vida ou prevenir resultados críticos, devendo estes serem proporcionados de
forma imediata a quem os necessita.
As emergências
cardiológicas são a primeira causa de morte no mundo e, dentre elas temos:
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), emergência hipertensiva, disritmia cardíaca,
Insuficiência Cardíaca Congestiva Aguda, Tromboembolismo Pulmonar e Edema Agudo
de Pulmão (EAP).
A equipe de
enfermagem no PA deve estar preparada para, sem conhecimento prévio, atender as
mais variadas situações de emergência, o que os difere das demais equipes de
enfermagem de um hospital.
Entender melhor o
público dos pacientes atendidos no PA é de fundamental importância para a
equipe de enfermagem. É importante para eles conhecerem melhor a fisiopatologia
dessas doenças, bem como os procedimentos para com os pacientes cardiopatas em
estado emergencial. Desta forma os pacientes poderão receber as melhores
práticas dos profissionais da equipe de enfermagem, bem como os tratamentos
existentes para melhora do seu quadro clínico. (VIANA E FILHO, 2009).
Em um PA, inúmeras
atividades são executadas pela equipe de enfermagem, a não existência de uma
rotina na referida unidade, interrupções frequentes das atividades, o contato
direto com o sofrimento e a morte, são fatores agravantes do trabalho da
enfermagem, que posteriormente poderão desencadear transtornos mentais a estes
profissionais.
Para WEHBE E GALVÃO
(2008) em um PA, o enfermeiro precisa compreender o processo de liderança e
desenvolver as habilidades necessárias como: a comunicação, o relacionamento
interpessoal, tomada de decisão e competência clínica, e aplicá-las na sua
prática profissional.
Recursos Materiais
Deve-se fazer uma
avaliação adequada dos recursos materiais existentes na sala de emergência,
verificando:
· O
estado de conservação e manutenção preventiva dos materiais e equipamentos.
·
A quantidade e qualidade dos materiais e
equipamentos. Se estes são adequados ao número de pacientes atendidos na
unidade.
·
Os
equipamentos embarcados para transporte de pacientes em cuidados intensivos.
·
A
existência e condições de uso de equipamentos para atendimento de urgência
cardiorrespiratória.
·
A
instalação de ar comprimido e de vácuo, e a existência de filtro e
periodicidade de troca.
Serviços de Apoio
Um PA deve ter
serviços de apoio, entre os principais podemos citar: Fisioterapia, Diagnóstico
por imagem, Laboratório, Serviço social, Centro Cirúrgico, Unidade de
Tratamento Intensivo e Unidade de Internação.
Especialidades Médicas
Um PA deve conter com
especialidades médicas, entre as principais: Cirurgia geral, Pediatria,
Neurologia, Ortopedia e Clínica Médica.
Sala de Emergência
A sala de emergência
de um PA deve ter uma boa infra-estrutura, além de conter os materiais
necessários para uma assistência eficaz e eficiente, tais como: monitores
cardíacos; cardioversores; eletrocardiógrafos; leitos para repouso e observação
clínica; materiais para pequenas cirurgias; materiais para reanimação cardiorrespiratória;
rede de O2 canalizada ou cilindro de O2 próxima; medicamentos de urgência;
aspirador Portátil; relógio de parede; balança antropométrica; bomba de
Infusão; carro de Emergência, com lacre; ambu infantil e adulto; bomba de
infusão; detector de batimentos cardíacos fetais; esfignomanômetro;
estetoscópio; lanterna clínica; laringoscópio; maletas de vias aéreas; oxímetro
de pulso portátil; ressuscitador manual; ventilador pulmonar; instrumentais
cirúrgicos – Caixa Básica; materiais para sondagem nasogástrica ou vesical;
materiais para acesso venoso periférico; biombo; escada com 02 Degraus;
negatoscópio; pia de escovação; suporte de soro de chão; tábua para massagem
cardíaca; suporte para cilindro de oxigênio; caixa de pérfuro-cortante, entre outros.
Carrinho de Emergência
A padronização dos
carros de emergência é fator primordial em um serviço de emergência,
objetivando homogeneizar o conteúdo e quantidade de material dos carrinhos nas
diferentes unidades, retirando o desnecessário e acrescentando o indispensável,
de forma a agilizar o atendimento de emergência e reduzir o desperdício. A
quantidade de drogas e equipamentos deve ser estipulada conforme necessidade da
área e rotina institucional. (GUIMARÃES, 2003)
Itens
do Carrinho de Emergência Adulto – Guimarães (2003)
Avaliação e Diagnóstico
·
Monitor/desfibrilador
com marcapasso externo, com monitorizacao nas pás, mininmo 3 derivacoes, onda
bifásica;
·
Material
de proteção (luvas, mascaras e óculos);
·
Oxímetro
de pulso
·
Dextro
·
Gerador
de marcapasso.
Controle
das vias Aéreas
·
Cânula
para traqueostomia (6,0 a 9,0)
·
Laringoscópio
com lamina curva nº3 e 4,
·
Mascara
de oxigênio com reservatorio
·
Cânula
nasal tipo óculos
·
Umidificador
·
Controle
das Nebulizador
·
Vias
aéreas Extensão para nebulizador
·
Extensão
de pvc para oxigênio
·
Cânula
de aspiração flexível nº 12, 10,
·
Fixador
de cânula orotrqueal
·
Sonda
nasogastrica nº16, 18
·
Detector
esofágico (ou outro dispositivo para confirmação secundaria)
·
Mascara
laríngea adulta,
·
Via
aérea alternativa (um ou mais dos seguintes itens: agulha para cricotireostomia,
conjunto para traqueostomia percutanea).
Acesso Vascular e
Controle Circulatório
·
Jelco
nº 14, 16, 18, 20, 22,
·
Torneirinha
·
Conjunto
de perfusão
·
Agulha
de intracath (para tamponamento e pneumotórax hipertensivo)
·
SF 1000ml, Ringer
Lactato 1000ml, SG 5% 500ml
·
Equipo
macrogotas;
·
Equipo
hemoderivados
·
Bureta
/microgotas
·
Seringa
3ml, 5ml, 10ml e 20ml
·
Agulha
36x12 ou 36x10
·
Frasco
a vácuo
·
Gaze;
·
Micropore
Medicamentos
·
Água
destilada 10ml, 250ml
·
Água
destilada 500ml (para nitroglicerina)
·
Aspirina
300mg
·
Atropina
1mg
·
Adrenalina
1mg
·
Amiodarona
·
Medicamentos
Lidocaina
·
Adenosina
·
B-bloqueador
·
Nitroglicerina
·
Nitroprussiato
·
Cloreto
de cálcio
·
Gluconato
de cálcio
·
Sulfato
de magnésio
·
Procainamida
·
Bicarbonato
de sódio
·
Glicose
50%
·
Furesemida
·
Broncodilatador
·
Aminofilina
·
Diempax
·
Dormonid/fentanil
(sedação geral)
·
Morfina
·
Dobutamina
·
Dopamina
·
Noraepinefrina
·
Naloxone
Diltiazem
·
Verapamil
·
Manitol
·
isoproterenol
O enfermeiro desta
unidade é responsável pela coordenação da equipe de enfermagem e é uma parte
essencial e integrante da equipe de emergência. Frente ao paciente este é
responsável pela anamnese e exame físico, executar o tratamento de enfermagem
baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem, orientar aos pacientes
como realizar a manutenção da saúde e a continuidade do tratamento. (WEHBE E
GALVÃO, 2008).
A Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) proporciona uma estrutura lógica para a
resolutividade dos problemas nesse ambiente. Após a estabilização e avaliação
do paciente, os diagnósticos de enfermagem (DE) apropriados são decretados, o
tratamento inicial é estabelecido e são feitas as metas para a designação
correta do paciente. As prescrições de enfermagem (PE) são realizadas de forma
interdependente, sendo previstas com base no histórico do paciente. Por
conseguinte, a evolução de enfermagem deve ser contínua, e os DE se modificam
de acordo com a condição do paciente. Os pacientes podem ter vários
diagnósticos, o foco se faz sobre aqueles com maior risco; com freqüência, são
necessárias PE autônomas e interdependentes. (COFEN, 2009).
A enfermagem tem uma
função extraordinária no processo de mudanças organizacionais e educacionais no
ambiente hospitalar, assim, deve haver uma relação íntima entre cuidar e
administrar. Diante de uma equipe multiprofissional na área da saúde o
enfermeiro frente a é o melhor capacitado para essa função, pois sua formação é
destacada à valorização das necessidades dos clientes, não só as biológicas,
mas ainda as sociais e psicológicas. Além de que o seu papel de líder dar-lhe
uma visão compreensiva do setor, que inclui recursos humanos e materiais, área
física e fluxo de clientes (DOMICIANO e FONSECA, 2008).
Principais atividades assistências exercidas pelo enfermeiro,
(WEHBE E GALVÃO, 2001).
·
Prestar
o cuidado ao paciente juntamente com o médico;
·
Preparar
e administrar medicamentos;
·
Viabiliza
a execução de exames especiais procedendo a coleta;
·
Instala
sondas nasogástricas, nasoenterais e vesicais em pacientes;
·
Realiza
troca de traqueostomia e punção venosa com cateter;
·
Efetua
curativos de maior complexidade;
·
Prepara
instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e desfibrilação,
auxiliando a equipe médica na execução dos procedimentos diversos;
·
Realiza
o controle dos sinais vitais;
·
Executa
a evolução do pacientes e anota no prontuário (SAE).
Principais atividades administrativas efetuadas pelo enfermeiro,
(WEHBE E GALVÃO, 2001):
·
Realiza
a estatística dos atendimentos ocorridos na unidade;
·
Supervisiona
a equipe de enfermagem
·
Soluciona
problemas decorrentes com o atendimento médico ambulatorial;
·
Aloca
pessoal e recursos materiais necessários.
Principais
atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem. (WEHBE E GALVÃO, 2001):
·
Verifica
os sinais vitais e anota a queixa atual do paciente;
·
Acomoda
o paciente na sala de urgência, e instala o monitor cardíaco; oxímetro de
pulso, oxigênio quando necessário;
·
Instala
soroterapia, sonda vesical e sonda nasogástrica;
·
Realiza
punção venosa periférica;
·
Fazer
glicemia capilar dos pacientes;
·
Realizar
coleta de amostras para exames laboratoriais;
·
Administra
medicamentos via intramuscular e/ou via endovenosa;
·
Prepara
o material e circula a sala de procedimento de sutura;
·
Prepara
o material de punção subclávia e/ou dissecção de veia e auxilia a equipe
médica;
·
Encaminha
o paciente ao RX e exames complementares;
·
Auxiliar
no atendimento de Parada Cardíaca e Respiratória;
·
Realiza
a evolução e a anotação dos pacientes em observação.
Conclusões
O PA é uma unidade de
saúde, onde os clientes procuram por um serviço com resolução imediata de suas
manifestações clínicas, depositando na organização e nos profissionais que ali
agem a expectativa para solução do seu problema.
O profissional de
enfermagem ao atuar em unidade crítica de saúde, como o PA deve demonstrar
destreza, agilidade, habilidade, bem como, capacidade para estabelecer
prioridades e intervir de forma consciente e segura no atendimento ao ser
humano, não esquecendo que, mesmo na condição de emergência o cuidado é o elo
de interação/integração/relação entre profissional e cliente.
A SAE proporciona uma
estrutura lógica para a resolução dos problemas nesse ambiente. Tendo em vista
que os pacientes de um PA possuem uma ampla variedade de manifestações reais ou
potenciais, e suas condições podem se alterar constantemente.
Ao enfermeiro de um
PA além da sua competência clínica, compete a função de realizar uma perfeita
comunicação com a equipe multiprofissional e aos clientes, liderar a sua equipe
e tomar decisões importantes na sua prática profissional.
Referências
BAGGIOL, Maria Aparecida; CALLEGAR, Giovana Dorneles Callegaro; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Compreendendo as dimensões de cuidado em
uma unidade de emergência hospitalar. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília 2009 maio-jun; 62((3):
): 381-6.
DOMICIANO, Vânia;
FONSECA, Ariadne da Silva. Tempo
Médio para Atendimentodo Cliente em um departamento de Emergência de um
Hospital Privado: Revista Nursing. São Paulo; V. 119, n. 11,
Abril, 2008, p. 182 – 188.
GUIMARÃES, Jorge Ilha. Diretriz
de apoio ao suporte avançado de vida em cardiologia código azul – registro de
ressuscitação – normatização do carro de emergência 2003. Disponível
em: http:<//www.scielo.br/pdf/abc/v81s4/20229.pdf> Acesso em: 03 de jun 2009.
Resolução COFEN 358, 2009. Disponível em < http://www.portalcoren-rs.gov.br/docs/Legislacoes/legislacao_7a3914c30c09bb242f08c9f36a776fdd.pdf> acesso em 19
set. 2014.
SMELTZER, Suzane C.; BARE, Brenda G..Brunner
e Suddart, Tratado de
Enfermagem
Médico-Cirurgica. 10
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Vol 2.
VIANA, Priscila Pereira, FILHO, Paulo Leme dos Santos. Assistência de
enfermagem no pronto socorro ao Paciente em emergência cardiológica: uma
revisão da Literatura. Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC.
Colatina, 2009.
WEHBE, Grasiela;
GALVÃO, Cristina Maria. O enfermeiro de unidade de emergência de
hospital privado: algumas considerações. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n2/11519.pdf>
Acesso em: 19 set. 2014.
Enfº Amarildo
Cunha
MBA em Gestão da
Saúde e Administração Hospitalar
Nenhum comentário:
Postar um comentário