Gerenciamento de Riscos
Hospitalares
As instituições hospitalares estão cada vez mais preocupadas em
garantir um atendimento de qualidade a seus clientes e colaboradores. Nesse
domínio, a segurança do paciente, através do gerenciamento de riscos, tem
ganhado evidência com a implantação de medidas de prevenção à exposição aos
riscos, bem como aos prejuízos aos clientes e colaboradores decorrentes da
assistência à saúde.
O enfermeiro juntamente com sua equipe permanece a maior parte do tempo
na unidade de internação e em contato direto com o cliente, portanto esta é
parte principal de uma equipe multiprofissional engajados no gerenciamento de
riscos. Esta classe também é uma das mais sofre diante deste cenário tendo em
vista o contato direto com estes riscos.
Gerenciamento de Riscos em Saúde é a aplicação sistemática e contínua
de artifícios, procedimentos, comportamentos e recursos na avaliação de riscos
e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade
profissional, o meio ambiente e a imagem institucional.
O gerenciamento de
risco na saúde foi introduzida no Brasil em 2001, pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), constituindo-se em um programa de qualidade
recente na prática dos colaboradores da saúde e largamente debatido na
atualidade. Partindo deste princípio, a contínua adoção de novas tecnologias na
área da saúde, em especial no âmbito da enfermagem, fez com que as organizações
implantassem o gerenciamento de risco, sistematizando, assim, a supervisão dos
eventos adversos, com a finalidade de ter maior segurança nas práticas
realizadas.
A ANVISA relata que risco é a combinação da
possibilidade do acontecimento de um erro e a seriedade deste erro.
Outro conceito fundamental de se entender no
gerenciamento de riscos hospitalares é o evento adverso, que compreende um
acontecimento que causa ou poderá causar resultados inesperados e/ou
indesejados que comprometam a segurança de pacientes, usuários ou profissionais
da saúde. Podendo este causar ou contribuir para lesão séria do paciente,
progressão trágica da doença e até mesmo o óbito do paciente.
Os riscos existem, uma vez que errar faz parte da natureza humana,
porém estes aumentam quando a equipe multiprofissional não está completamente
preparada, treinada, devidamente dimensionada ou quando procedimentos,
práticas, protocolos, técnicas, rotinas e equipamentos utilizados pelos colaboradores
forem inadequados ou complexos.
Quanto às responsabilidades no gerenciamento de riscos em instituições
hospitalares, esta é de todos, pois todos os colaboradores têm
responsabilidades na prevenção de incidentes e na promoção da segurança.
No gerenciamento de riscos é primordial que todo e qualquer evento
adverso seja notificado através de um sistema de notificação confiável, seguro,
de fácil acesso e que permita agilidade do processo de notificar, evitando a
desmotivação do colaborador de se realizar a notificação, além de permitir a
rastreabilidade da informação.
O aprendizado de um erro deve ser incentivado entre a equipe
multiprofissional, embora os erros sejam por falha de seguir processos estes
devem ser analisados de forma multicausal, sem buscar por culpados. Sua análise
dever servir para a busca da melhoria contínua, tendo em vista que a educação continuada
é um grande passo para o gerenciamento dos riscos decorrentes da assistência a
saúde.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo juntamente com a Rede
Brasileira de Enfermagem e Segurança do paciente aponta 10 passos fundamentais
para a segurança do paciente:
·
Identificação correta do
paciente: Fundamental para garantir a segurança do paciente em
qualquer ambiente de cuidado à saúde.
·
Higienização das mãos: Proporcionando um cuidado
limpo e seguro, reduzindo assim infecções relacionadas à assistência a saúde.
·
Conexões corretas: É o caso dos pacientes que
utilizam sondas e cateteres. Uma conexão errada pode causar graves danos a
saúde do paciente e até mesmo levá-lo ao óbito.
·
Cirurgia segura: Através da utilização do
check list antes do procedimento cirúrgico. Cada serviço pode elaborar sua
lista, esta vai depender do tipo de atendimento e grau de complexidade.
·
Administração segura: De medicamentos, sangue e seus
hemocomponentes.
·
Envolver o paciente no seu
tratamento:
Ele melhor do que qualquer profissional conhece seus sinais e sintomas
patológicos, bem como o histórico da sua saúde e da progressão da sua doença.
·
Comunicação efetiva: O paciente recebe atendimento
de uma equipe multiprofissional e em diversos setores de um hospital, dessa
forma todas as informações devem estar alinhadas a um alto grau de qualidade.
·
Prevenção de queda: Esta avaliação deve ser
periódica para cada paciente, possibilitando aos profissionais o
desenvolvimento de estratégias para sua prevenção.
·
Segurança na utilização
tecnológica:
Toda tecnologia é bem vinda à promoção, prevenção e recuperação de doenças,
desde que seja utilizada de forma adequada e por profissionais capacitados para
o manuseio destas.
Referencias
- · Gestão do risco: Segurança do doente em ambiente hospitalar. RAMOS Susana; TRINDADE Lurdes. Nov/Dez 2011.
- · 10 Passos para a Segurança do Paciente. COREN/SP; REBRAENSP. São Paulo, 2010.
- · Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Rede Sentinela. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/
- · KUWABARA, Cleuza Catsue Takeda; ÉVORA, Yolanda Dora Martinez; OLIVEIRA, Márcio Mattos Borges de. Gerenciamento de risco em tecnovigilância: construção e validação de instrumento de avaliação de produto médico-hospitalar. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Set/Out 2010.
- COSTA, Veridiana Tavares; SCHLINDWEIN, Betina Hörner Schlindwein Meirelles; ERDMANN, Alacoque Lorenzini Erdmann. Melhores práticas do enfermeiro gestor no gerenciamento de risco. Set/Out 2013.
Enfº Amarildo Cunha
MBA em Gestão da Saúde e Administração Hospitalar
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