sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Gerenciamento de Riscos Hospitalares

Gerenciamento de Riscos Hospitalares

As instituições hospitalares estão cada vez mais preocupadas em garantir um atendimento de qualidade a seus clientes e colaboradores. Nesse domínio, a segurança do paciente, através do gerenciamento de riscos, tem ganhado evidência com a implantação de medidas de prevenção à exposição aos riscos, bem como aos prejuízos aos clientes e colaboradores decorrentes da assistência à saúde.

O enfermeiro juntamente com sua equipe permanece a maior parte do tempo na unidade de internação e em contato direto com o cliente, portanto esta é parte principal de uma equipe multiprofissional engajados no gerenciamento de riscos. Esta classe também é uma das mais sofre diante deste cenário tendo em vista o contato direto com estes riscos.

Gerenciamento de Riscos em Saúde é a aplicação sistemática e contínua de artifícios, procedimentos, comportamentos e recursos na avaliação de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional.

O gerenciamento de risco na saúde foi introduzida no Brasil em 2001, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), constituindo-se em um programa de qualidade recente na prática dos colaboradores da saúde e largamente debatido na atualidade. Partindo deste princípio, a contínua adoção de novas tecnologias na área da saúde, em especial no âmbito da enfermagem, fez com que as organizações implantassem o gerenciamento de risco, sistematizando, assim, a supervisão dos eventos adversos, com a finalidade de ter maior segurança nas práticas realizadas.

A ANVISA relata que risco é a combinação da possibilidade do acontecimento de um erro e a seriedade deste erro.

Outro conceito fundamental de se entender no gerenciamento de riscos hospitalares é o evento adverso, que compreende um acontecimento que causa ou poderá causar resultados inesperados e/ou indesejados que comprometam a segurança de pacientes, usuários ou profissionais da saúde. Podendo este causar ou contribuir para lesão séria do paciente, progressão trágica da doença e até mesmo o óbito do paciente.

Os riscos existem, uma vez que errar faz parte da natureza humana, porém estes aumentam quando a equipe multiprofissional não está completamente preparada, treinada, devidamente dimensionada ou quando procedimentos, práticas, protocolos, técnicas, rotinas e equipamentos utilizados pelos colaboradores forem inadequados ou complexos.

Quanto às responsabilidades no gerenciamento de riscos em instituições hospitalares, esta é de todos, pois todos os colaboradores têm responsabilidades na prevenção de incidentes e na promoção da segurança.

No gerenciamento de riscos é primordial que todo e qualquer evento adverso seja notificado através de um sistema de notificação confiável, seguro, de fácil acesso e que permita agilidade do processo de notificar, evitando a desmotivação do colaborador de se realizar a notificação, além de permitir a rastreabilidade da informação.

O aprendizado de um erro deve ser incentivado entre a equipe multiprofissional, embora os erros sejam por falha de seguir processos estes devem ser analisados de forma multicausal, sem buscar por culpados. Sua análise dever servir para a busca da melhoria contínua, tendo em vista que a educação continuada é um grande passo para o gerenciamento dos riscos decorrentes da assistência a saúde.

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo juntamente com a Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do paciente aponta 10 passos fundamentais para a segurança do paciente:
·         Identificação correta do paciente: Fundamental para garantir a segurança do paciente em qualquer ambiente de cuidado à saúde.
·         Higienização das mãos: Proporcionando um cuidado limpo e seguro, reduzindo assim infecções relacionadas à assistência a saúde.
·         Conexões corretas: É o caso dos pacientes que utilizam sondas e cateteres. Uma conexão errada pode causar graves danos a saúde do paciente e até mesmo levá-lo ao óbito.
·         Cirurgia segura: Através da utilização do check list antes do procedimento cirúrgico. Cada serviço pode elaborar sua lista, esta vai depender do tipo de atendimento e grau de complexidade.
·         Administração segura: De medicamentos, sangue e seus hemocomponentes.
·         Envolver o paciente no seu tratamento: Ele melhor do que qualquer profissional conhece seus sinais e sintomas patológicos, bem como o histórico da sua saúde e da progressão da sua doença.
·         Comunicação efetiva: O paciente recebe atendimento de uma equipe multiprofissional e em diversos setores de um hospital, dessa forma todas as informações devem estar alinhadas a um alto grau de qualidade.
·         Prevenção de queda: Esta avaliação deve ser periódica para cada paciente, possibilitando aos profissionais o desenvolvimento de estratégias para sua prevenção.
·         Segurança na utilização tecnológica: Toda tecnologia é bem vinda à promoção, prevenção e recuperação de doenças, desde que seja utilizada de forma adequada e por profissionais capacitados para o manuseio destas.

Referencias

  • ·    Gestão do risco: Segurança do doente em ambiente hospitalar. RAMOS Susana; TRINDADE Lurdes. Nov/Dez 2011.
  • ·         10 Passos para a Segurança do Paciente. COREN/SP; REBRAENSP. São Paulo, 2010.
  • · Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Rede Sentinela. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/
  • ·        KUWABARA, Cleuza Catsue Takeda; ÉVORA, Yolanda Dora Martinez; OLIVEIRA, Márcio Mattos Borges de. Gerenciamento de risco em tecnovigilância: construção e validação de instrumento de avaliação de produto médico-hospitalar. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Set/Out 2010.
  • COSTA, Veridiana Tavares; SCHLINDWEIN, Betina Hörner Schlindwein Meirelles; ERDMANN, Alacoque Lorenzini Erdmann. Melhores práticas do enfermeiro gestor no gerenciamento de risco. Set/Out 2013.

Enfº Amarildo Cunha

MBA em Gestão da Saúde e Administração Hospitalar

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