domingo, 8 de maio de 2011

Terceira Etapa do Processo de Enfermagem - Planejamento dos Resultados Esperados


TERCEIRA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM

Planejamento dos Resultados Esperados

O planejamento da assistência consiste nos seguintes passos: estabelecimento de prioridades para os problemas diagnósticos; fixação de resultados com o paciente se possível a fim de corrigir, minimizar ou evitar problemas. (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

O planejamento da assistência de enfermagem consiste em um plano de ações para se alcançarem resultados em relação a um diagnóstico de enfermagem.

Para Alfaro-Lefevre (2005) essa fase de planejamento da assistência por escrito é importante, pois: Direciona o cuidado e a documentação, promove a comunicação entre os cuidadores, fornece a documentação das necessidades de atendimento de saúde com a finalidade de reembolso seguro e criar um registro que pode ser usado mais tarde em avaliações, em pesquisas e em situações de cunho legal.

Dessa forma o planejamento da assistência possibilita aos enfermeiros a manter uma comunicação a partir do estabelecimento de resultados esperados para cada diagnóstico de enfermagem (DE) levantado durante a anamnese e o exame físico do paciente.

Na prática os resultados esperados (RE) iniciam-se pela priorização dos DE, o enfermeiro determina quais são os problemas ou necessidades do paciente que são urgentes e que precisam de atendimento imediato e aqueles cujo atendimento poderá acontecer a médio ou em longo prazo.

Problemas urgentes são aqueles que interferem na instabilidade hemodinâmica do paciente, podendo levá-lo ao óbito. Porém quando possível o paciente deve ser envolvido na discussão das prioridades de seus problemas.

Através dos RE o enfermeiro poderá avaliar se os DE foram minimizados ou solucionados, ou seja, se as prescrições de enfermagem (PE) foram eficazes. Portanto os RE são indicadores que avaliam o sucesso do plano estabelecido. Se os RE não estiverem sendo alcançados os enfermeiro deve reavaliar os DE, rever os prazos estipulados e os cuidados prescritos.

Os RE deverão estar centrados na reação fisiológica identificada no enunciado do DE, centrados no paciente e não no enfermeiro, ser claros e concisos, ser realistas (metas atingíveis), apresentar um limite de tempo, descrevendo um comportamento mensurável.

Os recursos disponíveis para o paciente e para a instituição de saúde devem ser levados em conta. Além de proporcionar uma prática voltada para a continuidade do atendimento.

Deve ser realizada uma avaliação do RE terem sido realistas e apropriados para o indivíduo, sendo que o enfermeiro deve sempre fazer uso do pensamento crítico e de seu conhecimento científico para estabelecer o limite de tempo de cada RE, para que o problema seja revertido ou minimizado. (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Classificação dos Resultados de Enfermagem

A Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC – Nursing Outcomes Classification) é uma taxonomia complementar as taxonomias da NANDA e da NIC. Nela constam Resultados de Enfermagem para cada diagnóstico da NANDA.

Para a equipe de enfermagem os Resultados Esperados (RE) de enfermagem vem sendo utilizado desde Forence Nightingale que acompanhou a evolução do quadro clínico dos pacientes após intervir nas condições de ambiente em que estes estavam alojados.

Em 1970, iniciou-se um trabalho de classificação dos resultados das ações de enfermagem praticadas aos pacientes.

Em 1980 houve interesses políticos pelos RE, ficando estes em alta, devido proporcionar redução de custos frente aos cuidados prestados aos pacientes. Iniciou nessa época a era da coleta de dados e responsabilizações.

Em 1990 os RE tornaram essenciais para avaliação da eficiência da assistência de Enfermagem.

E em 1991 um grupo de pesquisadores do Centro de Classificação da Universidade de Iowa, EUA, deu início ao desenvolvimento da taxonomia NOC.

Os RE referem-se a um estado, um comportamento ou uma percepção do indivíduo, da família ou da comunidade que podem ser medidos ao longo das Intervenções de Enfermagem (IE). Estes RE mostram as evoluções que o paciente, a família ou a comunidade tem mediante as práticas realizadas pelos enfermeiros, e sua utilização possibilita avaliar a evolução clínica do paciente e a qualidade do serviço de enfermagem.

Os RE da taxonomia NOC contém um nome identificador, uma definição, uma lista de indicadores pontuada de um a cinco pontos que determina a condição de saúde do indivíduo, família ou comunidade em relação ao resultado avaliado e uma lista com as referências bibliográficas utilizadas para o desenvolvimento dos RE.

Na taxonomia NOC os RE não são enunciados como metas, objetivos ou resultados esperados. Eles são obtidos a partir do acompanhamento dos indicadores e valores contidos em dada um deles durante a avaliação do paciente, afim de que esses resultados possam ser documentados e monitorados ao longo do tempo estabelecido como intervalo de reavaliação.

Os RE apresentados pelo enfermeiro ou pelo paciente são apenas para verificar se foram ou não alcançados, não sendo possível identificar as mudanças apresentadas pelo indivíduo, pela família ou comunidade, quando estas existirem.

Portanto os indicadores possibilitam a visualização da evolução do quadro clínico do indivíduo, da família ou da comunidade por meio das escalas de medidas.

As escalas apresentam uma pontuação que varia do escore 1 ao 5, de modo que o escore 1 representa a pior condição do resultado, e o escore 5, a melhor condição. Os escores permitem aos enfermeiros determinarem a condição de saúde num determinado momento e avaliarem a evolução dessa condição ao longo de suas intervenções, comparando-os sempre às metas pré-estabelecidas.

A NOC pode ser uma opção na fase de avaliação da assistência de enfermagem e avaliar a condição de melhora da condição clínica do paciente.

Razões para a padronização dos RE de enfermagem

  • Para que a enfermagem se integre completamente à pesquisa de avaliação clínica, ao desenvolvimento de pesquisa e trabalhos interdisciplinares.
  • Porque é essencial que a enfermagem identifique os resultados que tenham sido influenciados por sua prática, assegurando, dessa forma, que sejam incluídos na avaliação da eficiência dos cuidados de saúde.
  • Para que os enfermeiros trabalhem com eficiência junto às organizações, de modo a aperfeiçoar a qualidade.

Referências Bibliográficas

  • TANNURE, Meire Chucre e Pinheiro, Ana Maria. Sistematização da Assistência de Enfermagem: Guia Prático. Capítulo 4 e 9. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
  • ALFARO-LEFEVRE, Rosalinda. Aplicação do Processo de Enfermagem. Capítulo 4. 5ª ed.2005. Editora Artmed.

Por: CUNHA, Amarildo de Souza - Graduando em Enfermagem – 9º Período - Pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga-MG.

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