sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Síndrome de Wolff-Parkinson-White


Síndrome de Wolff-Parkinson-White

A síndrome de Wolff-Parkinson-White é uma doença onde existe uma via elétrica acessória que conecta os átrios aos ventrículos, fazendo com que o impulso elétrico chegue mais rápido ao ventrículo e cause taquicardia. Às vezes, essa via elétrica não causa taquicardia, mas produz alteração no eletrocardiograma que deixa o QRS que é representação elétrica da contração ventricular mais largo, o que denominamos de pré-excitação ventricular.

O que acontece é que essa via acessória compete com a condução elétrica normal, que é a condução elétrica dos átrios para os ventrículos através do nó atrioventricular (AV). Resultando em uma despolarização ventricular antes do nó AV, ocasionando dessa forma um curto circuito, que é represenatado no eletrocardiograma (ECG) pela onda delta, produzindo também um encurtamento do intervalo P-R ( menor ou igual as 120 milisegundos) e alargamento do complexo QRS.

A origem da síndrome de Wolff-Parkinson-White é congênita, ou seja, alteração presente desde o nascimento ou intra-útero.

Sintomatologia

Pode acontecer em qualquer fase da vida, iniciando geralmente dos 10 aos 50 anos de idade. Os principais sintomas são: dor torácica, vertigem, dispneia, palpitações e, muito raramente, morte súbita.

Diagnóstico

Pode acontecer através dos seguintes exames:
·         Eletrocardiograma (ECG)
·          Holter de 24 horas
·          Teste ergométrico
·          Estudo eletrofisiológico

O estudo eletrofisiológico  é uma forma de cateterismo cardíaco que visa estudar o funcionamento do sistema elétrico do coração, através da introdução de cateteres (dois a três) por via venosa (a mais comum) ou por via arterial. Através do estudo eletrofisiológico, é possível identificar o mecanismo e o local do aparecimento de certas arritmias cardíacas.

Tratamento

O tratamento da síndrome de Wolff-Parkinson-White depende do tipo de arritmia e os sintomas associados.
·         Ablação: é um método de tratamento que utiliza cateteres para cauterizar, com energia de radiofreqüência, a via elétrica acessória, na qual se aplica uma energia de radiofreqüência  sob o local de origem da arritmia, destruindo-a .
·      Medicações: várias drogas podem ser utilizadas para o tratamento das arritmias relacionadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White. Entre elas estão: propafenona (Ritmonorm®), amiodarona (Ancoron®), sotalol (Sotocor®). Algumas medicações não podem ser utilizadas: beta-bloqueadores (propranolol, metoprolol) ou bloqueadores do canal de cálcio (verapamil, diltiazem).

Observação Importante

Os pacientes portadores da síndrome de Wolff-Parkinson-White não podem exercer atividades físicas competitivas (futebol, vôlei, basquete) nem esportes radicais (mergulho, escalada, asa-delta).

Esses pacientes também não podem exercer profissões de risco (piloto, motorista, operador de máquinas pesadas).

Após ablação não há qualquer restrição para atividade física e qualquer profissão poderá ser exercida.

Referências


Enfº Amarildo Cunha
COREN/MG 308900

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