Enf. Amarildo Cunha
COREN/MG -
329788
Conceito
Coronavírus é uma ascendência de vírus que causam
infecções respiratórias. O novo causador do coronavírus foi descoberto em
31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a moléstia chamada de
coronavírus (COVID-19).
Os coronavírus causam infecções respiratórias e intestinais em humanos e
ani-mais; sendo que
a maioria das infecções por coronavirus em humanos são cau-sadas por espécies de baixa patogenicidade,
levando ao desenvolvimento de sin-tomas do resfriado comum, no entanto, podem
eventualmente levar a infecções graves em grupos de risco, idosos e crianças.
Previamente a 2019, duas espécies de coronavírus altamente patogênicos e
provenientes de animais (SARS e MERS) foram responsáveis por surtos de síndromes
respiratórias agudas graves. Acerca da infecção humana pelo novo coronavírus
(2019-nCoV), o espectro clínico não está descrito completamente bem como não se sabe
o padrão de letalidade, morta-lidade, infectividade e transmissibilidade. Ainda não há
vacina ou medicamentos específicos disponíveis e, atualmente, o tratamento é de
suporte e inespecífico
Os primeiros
coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi
em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na
microscopia, parecendo uma coroa.
Período
de Incubação
O período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5.2 dias,
com intervalo que pode chegar até 12.5 dias.número crescente de pacientes
suposta-mente não teve exposição ao mercado de animais, indicando
também a ocorrência de disseminação de pessoa para pessoa.
Período de Transmissão
A transmissibilidade dos pacientes infectados por
SARS-CoV é em média de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados
preliminares do Novo Coro-navírus (2019-nCoV) sugerem que a transmissão possa
ocorrer, mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há
informação suficiente que defina quantos dias anteriores ao início dos sinais e
sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas do
coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um
resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior,
como as pneumonias.
Os principais são sintomas conhecidos até o momento são:
·
Febre;
·
Tosse;
·
Dificuldade para respirar;
Transmissão
As investigações sobre as formas de transmissão do
coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa,
ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo.
Qualquer
pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas
respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.
É importante observar que a disseminação de pessoa para
pessoa pode ocorrer de forma continuada.
Apesar
disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato
pessoal com secreções contaminadas, como:
·
gotículas de saliva;
·
espirro;
·
tosse;
·
catarro;
·
contato pessoal próximo, como toque ou aperto de
mão;
·
contato com objetos ou superfícies contaminadas,
seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Prevenção
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para
reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas,
incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
·
Lavar as mãos frequentemente com água e
sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.
Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de
álcool.
·
Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com
as mãos não lavadas.
·
Evitar contato próximo com pessoas
doentes.
·
Ficar em casa quando estiver doente.
·
Cobrir boca e nariz ao tossir ou
espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
·
Limpar e desinfetar objetos e
superfícies tocados com freqüência.
Profissionais
de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas
(mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a
realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias
como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser
utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
Tratamento
Não existe tratamento específico para infecções causadas
por coronavírus humano.
No caso do coronavírus é indicado repouso e consumo de
bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas,
conforme cada caso, como, por exemplo:
· Uso de medicamento para dor e febre
(antitérmicos e analgésicos).
·
Uso de umidificador no quarto ou tomar
banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse.
Assim que os
primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para
confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.
Todos os
pacientes que receberem alta durante os primeiros 07 dias do início do quadro
(qualquer sintoma independente de febre), devem ser alertados para a
possibilidade de piora tardia do quadro clínico e sinais de alerta de
complicações como: aparecimento de febre (podendo haver casos iniciais sem
febre), elevação ou reaparecimento de febre ou sinais respiratórios, taquicardia
(aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga
(cansaço) e dispnéia (falta de ar).
Se você viajou para a China nos últimos 14
dias e ficou doente com febre, tosse ou dificuldade de respirar, deve procurar
atendimento médico imediatamente e informar detalhadamente o histórico de
viagem recente e seus sintomas.
E como forma de prevenção e combate a COVID
19 o Ministério da Saúde do Brasil indica e recomenda o isolamento domiciliar.
Diagnóstico
O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de
materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É
necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.
As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o
Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de
Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.
Para
confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que
detecte o RNA viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de
amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso
suspeito.
Orienta-se a
coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou
também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou
lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).
Os casos
graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e
tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em
Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
Precauções
Padrão para a COVID 19
Como atualmente não existe vacina para prevenção de infecção por
2019-nCoV, a melhor maneira de prevenir é evitar a exposição ao vírus.
Considerando que, até o momento, não há comprovação de que o novo coronavírus
esteja circulando no Brasil, não há precauções adicionais recomendadas para o
público em geral, mas devem ser reforçadas ações preventivas diárias que possam
auxiliar na prevenção de propagação de vírus respiratórios:
• Higiene frequente das mãos com água e sabão ou preparação
alcoólica.
• Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienização adequada
das mãos.
• Evitar contato próximo com pessoas doentes.
• Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo
flexionado ou utilizando de um lenço
descartável.
• Ficar em casa e evitar contato com pessoas quando estiver
doente.
• Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com
frequência.
Papel da Enfermagem na
Prevenção e Combate da COVID 19
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) mediante nota técnica 01/2020
destaca a relevância da Enfermagem na detecção e avaliação dos casos suspeitos,
não apenas em razão de sua capacidade técnica, mas também por consituírem-se no
maior número de profissionais da área da saúde, e serem a única categoria profissional
que está 24 horas diária junto ao paciente.
A pluralidade da formação do Enfermeiro e sua posição de liderança na
equipe, coloca o profissional de enfermagem como protagonista para evitar a
transmissão sustentada no território nacional.
Assim, ressalta-se para a equipe de Enfermagem, a importância da
constante atualização do conhecimento, utilizando-se de fontes oficiais,
garantindo a produção, a inserção ou a divulgação de informação verídicas e
confiáveis de acordo com o disposto na atual legislação profissional,
principalmente no que tange as redes sociais, nas quais as noticias se espalham
rapidamente, sem qualquer cuidado com sua veracidade e autoria.
O COFEN mediante a lei 7498 de 1986 do exercício profissional da
enfermagem, declara que o profissional Enfermeiro exerce sua profissão em
diversos âmbitos, como promoção e recuperação da saúde, ensino e educação, consulta
de enfermagem, sistematização do cuidado, planejamento e controle, prevenção e
controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em
geral. Ao profissional Técnico em Enfermagem, compete-lhe participar da
programação da assistência de enfermagem, executar ações assistenciais, sobre a
supervisão do Enfermeiro.
Referências
Bibliográficas
·
Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCoV). Ministério
da Saúde. Brasília – DF 2020. Disponível em https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/pdf/21.
Acessado em 25/03/2020.
·
Nota Técnica Nº 01/2020 CTAS - Orientações sobre o novo coronavirus
(COVID19). COFEN, 2020. Disponível em http://www.cofen.gov.br/cofen-publica-nota-tecnica-sobre-o-coronavirus_77070.html.
Acessado em 25/03/2020.
·
Lei 7.498 de 25 de Junho de 1986. Dispões sobre a regulamentação do
exercício da enfermagem e dá outras providências.
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