sábado, 22 de dezembro de 2012

Bioética: O norte para a Tomada de Decisão


A bioética é definida como o estudo sistemático das dimensões morais, incluindo visão, decisão e normas morais, da ciência da vida e do cuidado a saúde (Pessini; Barchifontaine, 2006). E seu objetivo principal é a busca da defesa da dignidade humana e da qualidade de vida, evitando dessa forma abusos e ações errôneas provocadas pelos profissionais da saúde.
Com o avanço tecnológico, científico, aumento da sobrevida, e a crescente demanda dos cuidados paliativos no fim da vida, a prática da assistência de enfermagem requer conhecimento de princípios e valores, conhecimento de ética e bioética, para então realizar uma análise correta das diversas situações encontradas no cotidiano da profissão, e dessa forma ter habilidade para uma tomada de decisão eficaz, evitando assim erros durante a assistência prestada ao cliente.
Nossos clientes precisam ser cuidados como um todo, levando em consideração que ele é um ser integral, portanto, a assistência de enfermagem deve ser no aspecto físico, psicológico e espiritual que são pontos de referência para a bioética.
Precisa-se considerar que nossos clientes são cidadãos e, por esse motivo, merecem justiça, liberdade de expressão e de participação no processo do cuidar, bem como autonomia para tomada de decisões ao respeito do seu tratamento.
Por vezes, os profissionais da área da saúde entram em conflito com a autonomia do paciente em relação aos princípios da bioética: casos em que o paciente está inconsciente ou em risco de óbito, notificação de doenças infecciosas, casos em que a patologia do paciente venha afetar ou possa ter afetado a saúde de outras pessoas, e quando o paciente recusa a receber esclarecimentos e/ou participar das decisões e de seu processo de tratamento.
Neste momento, precisamos ter clareza da decisão a ser tomada e agir de forma segura, correta e acima de tudo, respeitar o código de ética da profissão em que atuamos, bem como resguardar da melhor forma possível a imagem e dignidade do cliente. Além destes fatores, é muito importante e fundamental, trabalhar a visão do cliente, fazendo que este mude o seu julgamento, entenda o seu processo de tratamento, fazendo-o participar do processo. É primordial para uma melhor e mais rápida recuperação do paciente, aceitar e enfrentar sua situação de saúde.
Neste caso, o enfermeiro como líder da equipe de enfermagem, tem a responsabilidade sobre as tomadas de decisões e intervenções assistenciais que lhe compete, portanto deve estar pautado em princípios éticos, mantendo seu posicionamento respeitado por estar cientificamente fundamentados na ética e bioética.
Lembremos que, a enfermagem em particular, é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida de seus respectivos clientes, pelo que, este profissional deve a todo tempo respeitar a vida, os direitos e a dignidade humana em todas as suas dimensões, atuando na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em acordo com os preceitos éticos e legais, exercendo suas atividades com competência para promoção do ser humano na sua integridade, de acordo com os princípios da ética e bioética. (COFEN, 2007).
Por tais motivos, a bioética é de extrema importância e de grande relevância para realização da assistência de enfermagem, uma vez que decisões importantes são tomadas a todo o momento: um curativo a ser feito, cuidados básicos na espera, um exame a ser realizado, a dieta a ser administrada, etc, e dessa forma o gerenciamento correto sempre estará na rotina destes profissionais e precisa ser realizado da melhor forma possível, garantindo a qualidade do serviço prestado.
Finalmente, os profissionais da área da saúde, além de saber e dominar a prática técnica da sua profissão, precisa também de domínio sobre o conhecimento bioético, pois estes lhes fornecem apoio nas tomadas de decisões, durante o seu trabalho, que envolve vidas e que requer respeito ao princípio da dignidade humana, tendo como resultado uma assistência de qualidade e sem riscos. 

Enfermeiro Amarildo Cunha
Enfermeiro - Assessor Técnico na BioCath Comércio de Produtos Hospitalares. 
Graduado pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga-MG. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Importância da Equipe de Enfermagem na Acreditação Hospitalar


A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA ACREDITAÇÃO HOSPITALAR

A equipe de enfermagem, de forma geral, tanto o Enfermeiro, como a Equipe Técnica tem por essência o cuidado ao ser humano, seja de forma individual, na família ou na comunidade, desenvolvendo importantes ações por meio do cuidado, responsabilizando-se pelo conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes.
Diante dessa realidade podemos visualizar a equipe de enfermagem no contexto operacional do hospital. Porém, com as mudanças que ocorrem diariamente, podemos notar que os profissionais de enfermagem estão incluídos cada vez mais na equipe administrativa do hospital ou de qualquer outra unidade e/ou instituição de saúde. Esta prática tem evoluído para adaptar-se às novas exigências dentro do contexto histórico, social, político e econômico.
Anteriormente o enfermeiro podia chegar a ser somente supervisou ou coordenador de uma unidade setorial, entretanto o mercado exige que atualmente ele seja um gestor de uma unidade estratégica de negócios, exigindo que o enfermeiro obtenha competências gerenciais e de liderança, com entendimento do todo, e não somente da parte assistencial que lhe cabia.
Com o surgimento da acreditação hospitalar, e a busca incessante das instituições de saúde pela acreditação, tornou-se necessário que estes profissionais estejam alinhados com todos os setores do hospital, incluindo aí os departamentos administrativos e seus profissionais, e também os setores assistenciais (médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, etc.).
Os profissionais de enfermagem são importantíssimos para a instituição que busca e obtém uma acreditação hospitalar, pois são eles que lidam diretamente com o cliente/paciente, e conhecem como nenhum outro profissional dentro, quais são os problemas que estes apresentam, bem como a demanda de todos os materiais e equipamentos utilizados, para a assistência a saúde durante sua internação hospitalar, bem como sua recuperação no domicilio ou clínicas de recuperação do processo saúde doença.
No processo de acreditação, estes profissionais devem receber treinamento constante, para desenvolverem cada vez mais os conhecimento e habilidades que ainda permanecem em construção e remodelagem. Sendo assim, a educação permanente é importante por permitir atualização das práticas realizadas cotidianamente pelos profissionais e construção de relações e processos que vão das equipes em atuação às práticas institucionais.
Com este aprimoramento constante e permanente do enfermeiro, acaba surgindo a liderança, que é a competência mais importante e mais presente nos gestores de enfermagem das instituições acreditadas. Isso é essencial para que o resto da equipe de enfermagem esteja cada vez mais envolvido com este processo, devido a que o profissional da mesma categoria se sente identificado com o engajamento de fazer com o que a sua instituição busque a excelência da qualidade, o reconhecimento, e um padrão de segurança no atendimento do paciente, imprescindível para o desenvolvimento da organização como um todo.
Outro detalhe é que para atingir a qualidade da assistência, o processo de acreditação hospitalar exige trabalho com vistas na interdisciplinaridade e superação da fragmentação institucional da assistência, fazendo com que os profissionais se organizem para entender a lógica do cuidado integral e atingirem, consequentemente, a qualidade desejada.
Nessa ótica, o profissional enfermeiro tem atuação fundamental junto à sua equipe no processo de acreditação, uma vez que participa ativamente em momentos decisórios, estratégicos e operacionais da instituição, envolvendo ações direcionadas para as dimensões do cuidar, administrar/gerenciar, ensinar e pesquisar.
Por isso, é importante que os gestores mantenham a equipe de enfermagem sempre pronta e preparada para agir com qualidade no atendimento dos seus clientes, sejam eles externos, ou internos, pois assim o hospital terá seu reconhecimento, através das pesquisas de qualidade que são feitas com os usuários, e com a manutenção positiva do selo de acreditação que está buscando ou que conquistou e precisa manter. 

Referência Bibliográfica

Adaptado por: Amarildo Cunha - Enfermeiro
                                                                                     

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Entenda Melhor o que é um Marca-passo Cardíaco


Entenda Melhor o que é um Marca-passo Cardíaco


O marca-passo (MP) é um dispositivo projetado para tratar uma arritmia cardíaca.

Quando as pessoas se referem a um marca-passo, elas na verdade estão discutindo um sistema de estimulação: um marca-passo, um ou dois cabos-eletrodos e um programador.

Duas partes são colocadas dentro do corpo: o marca-passo e o cabo-eletrodo.

O marca-passo é uma pequena caixa metálica que contém circuitos eletrônicos e uma bateria. O marca-passo monitora o coração continuamente, e envia um pulso elétrico para compassar o coração quando seu próprio ritmo é interrompido, está irregular ou muito lento.

O cabo-eletrodo é um fio isolado que transporta o minúsculo pulso elétrico do marca-passo ao coração para regular o ritmo cardíaco.

A terceira parte, o programador, é mantida em um hospital ou clínica. Um enfermeiro ou médico usa o computador especializado para ver como o marca-passo está trabalhando e, se necessário, ajustar a configuração do marca-passo.

As três partes de um sistema de estimulação trabalham juntas para tratar a arritmia cardíaca.

Há dois tipos de marca-passo:

MP câmara única: O eletrodo é colocado no ventrículo direito (parte inferior do coração);
MP câmara dupla: São colocados dois eletrodos, um no átrio e outro no ventrículo direito.

Indicações para o Implante de um Marca-Passo
O implante de MP pode ser necessário para pacientes portadores de Fibrilação atrial, flutter atrial, bloqueio atrioventricular de 1º grau, de 2º grau e bloqueio atrioventricular de 3º grau, que também é chamado de Bloqueio atrioventricular Total (BAVT), doença do nó sinusal.


Riscos e complicações:

As complicações mais frequentes após o implante de um MP definitivo  são: o pneumotórax e hemotórax, que são, respectivamente, acúmulo de ar e sangue no espaço pleural (membrana que envolve os pulmões); hematomas; arritmias cardíacas; infecções; deslocamento do cabo-eletrodo e perda da sensibilidade ou comando do gerador (esta últimas complicações afetam o funcionamento deste dispositivo).

Complicações graves e morte, relacionadas ao implante do MP definitivo são raras. 

Acompanhamento após o implante do MP definitivo:

A periodicidade das avaliações deve ser a seguinte: no momento da alta hospitalar, 30 dias pós-implante, a cada 3 ou 6 meses, dependendo do tipo de estimulação e condição clínica, ou quando necessário, por intercorrências. A avaliação clínica básica deve constar de consulta clínica e realização de eletrocardiograma.

Referências Bibliográficas







Enfº Amarildo Cunha

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dia Mundial do Coração 2012 - 29 de Setembro



Alguns cuidados básicos podem prevenir ou retardar o aparecimento das doenças cardíacas como evitar alimentos gordurosos e ricos em colesterol, consumir sal e álcool com moderação, não fumar e praticar exercícios físicos regularmente e realizar um check up anual.

Enfº Amarildo Cunha

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Síndrome de Wolff-Parkinson-White


Síndrome de Wolff-Parkinson-White

A síndrome de Wolff-Parkinson-White é uma doença onde existe uma via elétrica acessória que conecta os átrios aos ventrículos, fazendo com que o impulso elétrico chegue mais rápido ao ventrículo e cause taquicardia. Às vezes, essa via elétrica não causa taquicardia, mas produz alteração no eletrocardiograma que deixa o QRS que é representação elétrica da contração ventricular mais largo, o que denominamos de pré-excitação ventricular.

O que acontece é que essa via acessória compete com a condução elétrica normal, que é a condução elétrica dos átrios para os ventrículos através do nó atrioventricular (AV). Resultando em uma despolarização ventricular antes do nó AV, ocasionando dessa forma um curto circuito, que é represenatado no eletrocardiograma (ECG) pela onda delta, produzindo também um encurtamento do intervalo P-R ( menor ou igual as 120 milisegundos) e alargamento do complexo QRS.

A origem da síndrome de Wolff-Parkinson-White é congênita, ou seja, alteração presente desde o nascimento ou intra-útero.

Sintomatologia

Pode acontecer em qualquer fase da vida, iniciando geralmente dos 10 aos 50 anos de idade. Os principais sintomas são: dor torácica, vertigem, dispneia, palpitações e, muito raramente, morte súbita.

Diagnóstico

Pode acontecer através dos seguintes exames:
·         Eletrocardiograma (ECG)
·          Holter de 24 horas
·          Teste ergométrico
·          Estudo eletrofisiológico

O estudo eletrofisiológico  é uma forma de cateterismo cardíaco que visa estudar o funcionamento do sistema elétrico do coração, através da introdução de cateteres (dois a três) por via venosa (a mais comum) ou por via arterial. Através do estudo eletrofisiológico, é possível identificar o mecanismo e o local do aparecimento de certas arritmias cardíacas.

Tratamento

O tratamento da síndrome de Wolff-Parkinson-White depende do tipo de arritmia e os sintomas associados.
·         Ablação: é um método de tratamento que utiliza cateteres para cauterizar, com energia de radiofreqüência, a via elétrica acessória, na qual se aplica uma energia de radiofreqüência  sob o local de origem da arritmia, destruindo-a .
·      Medicações: várias drogas podem ser utilizadas para o tratamento das arritmias relacionadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White. Entre elas estão: propafenona (Ritmonorm®), amiodarona (Ancoron®), sotalol (Sotocor®). Algumas medicações não podem ser utilizadas: beta-bloqueadores (propranolol, metoprolol) ou bloqueadores do canal de cálcio (verapamil, diltiazem).

Observação Importante

Os pacientes portadores da síndrome de Wolff-Parkinson-White não podem exercer atividades físicas competitivas (futebol, vôlei, basquete) nem esportes radicais (mergulho, escalada, asa-delta).

Esses pacientes também não podem exercer profissões de risco (piloto, motorista, operador de máquinas pesadas).

Após ablação não há qualquer restrição para atividade física e qualquer profissão poderá ser exercida.

Referências


Enfº Amarildo Cunha
COREN/MG 308900

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Arritmias: Distúrbios do Ritmo Cardíaco



Arritmias: Distúrbios do Ritmo Cardíaco

Geralmente acontece por duas categorias: pela formação do impulso ou pela condução do impulso.
Por Formação do Impulso: Que são desordens da automaticidade anormal e atividade deflagrada.

Atividade anormal: Ocorre bradicardia ou taquicardia.
Bradicardia: freqüências anormalmente baixas normalmente devidas a enfermidades.
Taquicardia: freqüências excessivamente rápidas devido a automaticidade (Sistema Nervoso Simpático)
Por exemplo, uma bradicardia pode ser o resultado de uma formação do impulso lenta ou atrasada nos átrios. Uma taquicardia, exatamente o oposto – automaticidade aumentada.

Atividade deflagrada: Despolarização ocorrendo na Fase 3 ou 4 do potencial de ação pode deflagrar arritmias

Mecanismos dos Distúrbios do Ritmo: A condução pode ser alentecida ou bloqueada.
         Impulso gerado normalmente
         Impulso bloqueado ou alentecido ao progredir pelo sistema de condução

Condução alentecida, ou bloqueada, ocorre quando o impulso é gerado normalmente, mas é retardado ou bloqueado ao tentar progredir pelo sistema de condução. Isto pode ocorrer em várias áreas do sistema de condução. A localização do alentecimento ou bloqueio determina o tipo de distúrbio da condução.  Vou dar detalhes e descrever mais sobre os distúrbios da condução mais adiante nesta seção.

Pela condução do impulso: Pode acontecer condução lenta, bloqueio da condução ou reentrada.

Classificações da Bradicardia

Parada Sinusal:
·         Caracterizada pela ausência da descarga do nó Sinusal
         Ausência da despolarização atrial
         Períodos de assistolia ventricular
         Pode ser episódico, como na síncope vaso-vagal, ou hipersensibilidade do seio carotídeo
         Pode necessitar um marcapasso.

Bradicardia Sinusal:
         Ocorre devido a freqüência de disparo do nó Sinusal muito lenta
         Se o paciente é sintomático e o ritmo é persistente e irreversível, pode necessitar um marcapasso.



Síndrome Bradi/Taqui:

         Episódios Intermitentes de frequências lentas e rápidas, provenientes do nó SA ou dos átrios.
         Bradi < 60 bpm
         Taqui > 100 bpm
         Síndrome Bradi-taqui freqüentemente se manifesta em períodos de taquicardia atrial, flutter, ou fibrilação. O término da taquicardia é geralmente seguido por longas pausas do nó Sinusal.
         Referido como: Doença do nó Sinusal
        O paciente também pode apresentar períodos de FA e incompetência cronotrópica.
Incompetência Cronotrópica: condição onde o nó Sinusal não atende à demanda metabólica aumentando a freqüência cardíaca.


Distúrbios da Condução do Impulso

Bloqueio de Saída (SA)

         Bloqueio transitório dos impulsos gerados pelo nó SA
        Wenckebach Sinusal é possível, mas raro.
         Estimulação por marcapasso é rara a menos que seja sintomático, irreversível, e persistente.

Bloqueio AV de 1º Grau:

         Evidenciado por intervalo PR > 200 ms
         Condução retardada no nó AV
-          Não costuma ser uma indicação para marcapasso
-          Alguns consideram isto uma variante normal (não uma arritmia).

Bloquei AV de 2º Grau – Mobtz I:

         Evidenciado por aumento progressivo do intervalo PR até que ocorra uma falha na condução e um batimento ventricular é perdido
         Referido como : Wenckebach
        Não costuma ser uma indicação para marcapasso.

Bloqueio AV de 2º Grau – Mobtz II:

         Tem a ocorrência de batimentos ventriculares perdidos regularmente
        Bloqueio 2:1 (2 ondas P para 1 complexo QRS )
         Um “bloqueio de alto grau”, normalmente uma indicação para marcapasso
        Pode progredir para bloqueio AV de 3o grau, Bloqueio AV Total (BAVT).




Bloqueio AV de 3º Grau – BAVT

         Nenhuma condução de impulsos dos átrios para os ventrículos
        Freq. Atrial = 130 bpm,  freq. Ventricular = 37 bpm
        Dissociação AV completa
        Normalmente um QRS alargado como frequência Ventricular é Idioventricular.


Classificações da Taquicardia

Taquicardias devido à formação do impulso

Taquicardia Sinusal: Originada no nó sinusal.

Na Taquicardia Sinusal, a deflexão no ECG mostra uma despolarização normal da onda P e R, com uma freqüência rápida da taquicardia. 
A freqüência da Taquicardia Sinusal fica entre 100-180 bpm.
O mecanismo subjacente para a Taquicardia Sinusal é a Automaticidade Anormal (Hiper-Automaticidade).

Taquicardia Atrial

Taquicardia Atrial é definida como uma série de 3 ou mais extrassístoles atriais ocorrendo a uma freqüência > 100 bpm.
Taquicardia Atrial geralmente é paroxística (TAP – Taquicardia Atrial Paroxística)— inicia e termina repentinamente.  Pode ocorrer tanto em corações sadios como doentes, e pode ser resultante de estresse emocional ou uso excessivo de álcool, fumo, ou cafeína.
Origem: Focos Ectópicos localizados nos átrios
Mecanismo:  Automaticidade Anormal.

Batimentos Prematuros (Extrassístoles)
Contração Atrial Prematura (PAC) – extrassístole atrial

Extrassístoles atriais (PACs) são originadas em partes do átrio que não sejam o nó Sinusal. Estes impulsos ocorrem antes que o nó Sinusal despolarize.
PACs são conduzidas através do Átrio e desaceleram, igual a um batimento sinusal normal, quando atingem o nó AV. São conduzidos através dos ventrículos da mesma maneira que um batimento sinusal normal.
PACs são muito comuns e podem passar desapercebidas pela pessoa. Às vezes são percebidas como uma “falha” ou uma “pausa”.
         Origem:  Átrio (fora do nó Sinusal)
          Mecanismo:  Automaticidade anormal





Batimentos Prematuros (Extrassístoles)
Contração Juncional Prematura (PJC) – extrassístole juncional

Um batimento Juncional é um complexo ocorrendo mais cedo que o esperado, originado no nó AV ou na área da junção AV. É seguido por uma pausa compensatória.  
         Origem: junção ( Nó) AV
          Mecanismo: Automaticidade anormal

Batimentos Prematuros (Extrassístoles)
Contração Ventricular Prematura (PVC) – extrassístole ventricular

Extrassístoles Ventriculares também são muito comuns. São originadas nos ventrículos e às vezes são percebidas pelos pacientes como palpitações. Extrassístoles consecutivas, múltiplas, podem deflagrar taquicardias ventriculares. Entretanto, a grande maioria costuma ser benigna e não necessita tratamento.

Extrassístoles ventriculares são reconhecidas por apresentar um complexo amplo, alargado, ocorrendo antes do esperado para um batimento sinusal, seguida por uma pausa compensatória total (quando a distância entre os batimentos precedentes e posteriores à extrassístole equivalem ao dobro do ciclo normal).
         Origem:  Ventrículos
          Mecanismo:  Automaticidade anormal.


Classificações da Taquicardia

Flutter Atrial

Flutter Atrial produz freqüências atriais entre 250 e 400 bpm. A freqüência ventricular pode aumentar, mas é sempre mais lenta que a atrial.
• Durante o flutter atrial, os impulsos atriais são conduzidos aos ventrículos em várias proporções:
– proporções de condução pares (2:1, 4:1) são mais comuns que proporções ímpares (3:1, 5:1). Em uma proporção 2:1, há duas ondas do flutter para cada complexo QRS.
– Uma proporção de condução constante (e.g., 2:1) resulta em um ritmo ventricular regular (mais comum). Uma proporção variável (e.g., 4:1 para 2:1 para 5:1) resulta em um ritmo ventricular irregular.

Mecanismo: Reentrada, taquicardia circular (pode ser no sentido “horário” ou  “anti-horário).

Fibrilação Atrial (FA)

Se caracteriza por contrações randômicas, caóticas, do miocárdio atrial. Os pacientes apresentam uma freqüência atrial de 400 bpm ou mais, quase sempre muito rápidas para serem medidas no ECG. 
Um ECG de superfície apresenta deflexões ondulantes irregulares (ondas f) entre complexos estreitos. As ondas fibrilatórias variam em forma, amplitude, e direção.
A natureza caótica da fibrilação atrial resulta em um ritmo ventricular grosseiramente irregular.  O ritmo é considerado controlado se a freqüência ventricular é menor que 100 bpm; sem controle, se a freqüência ventricular conduz a mais de 100 bpm.

Mecanismo: Na FA, as múltiplas frentes de reentrada não permitem que os átrios se organizem.
O foco ectópico, ou focos, podem estar localizados ao redor ou dentro das veias pulmonares.
Drogas como flecainida, sotalol, e amiodarona podem terminar e prevenir a FA.  Terapia medicamentosa pode ser usada antes ou depois de cardioversão para manutenção do ritmo sinusal depois da cardioversão.

Resumo:
         Origem:  Átrio Direito e/ou Esquerdo, veias pulmonares
          Mecanismo:  Múltiplas ondas reentrantes
          Freqüência Atrial:  > 400 bpm
          Características: Ritmo caótico, randômico; associado com ritmo ventricular irregular

Mecanismos da FA:
         Paroxística: Início súbito e término espontâneo
         Persistente: Requer intervenção para terminar, geralmente > 24-48 horas de duração
         Permanente ou Crônica: incapaz de ser terminada
         “FA chama FA”
        Quanto mais freqüente a FA mais freqüentemente vai re-ocorrer, e os episódios tenderão a ser mais duradouros

Wolff-Parkinson-White

É caracterizado por: 
1)  Intervalo PR curto (120 ms ou menos) indicando que o impulso não trafegou pela via do nó AV
2)  QRS é alargado (110 ms ou maior), novamente implicando que o impulso não seguiu o sistema de condução normal; e,
3)  Uma onda delta óbvia como resultado da condução precoce. Uma onda delta se assemelha a um início gradual do complexo QRS (gráfico acima) e o QRS é > 110 msec.  O intervalo PR é tipicamente menor que 120 mseg.
         Como mencionado, a TSV mais comum no WPW é ortodrômica, que gera um complexo QRS estreito.
         Aproximadamente 7%-10%  das WPW é antidrômica, que gera um complexo QRS alargado (onda delta exagerada).

Fibrilação Ventricular (FV)

Os seguintes achados eletrocardiográficos ajudam os eletrofisiologistas a diagnosticar FV:
         Ondas P e complexos QRS não são presentes
         Ritmo cardíaco altamente irregular
         A freqüência cardíaca não é definida (sem complexos QRS)
Enquanto múltiplas frentes de reentrada mantêm FV, acredita-se que uma ativação focal a inicia.

Resumo:

         Origem: Ventrículo
         Mecanismo: Múltiplas ondas de reentrada
         Características: Irregular sem QRS identificável





Enfº Amarildo de Souza Cunha